O Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões abriu, na manhã desta terça-feira (28), o Seminário de Planejamento Estratégico, no salão nobre da Associação Médica Fluminense, em Icaraí. Pela manhã, foram realizadas duas mesas de trabalho, com a exposição dos principais problemas que afetam a categoria bancária. Delas participaram representantes do sindicato, da CUT-RJ, da Contraf-CUT e da Federa-RJ. Durante o encontro foram discutidas as metas para os próximos quatro anos de trabalho.
O presidente do Sindicato, Jorge Antonio, falou sobre a importância do encontro. Segundo ele, não é só uma questão administrativa, mas sim uma questão política também.
“Tudo que for tirado aqui vai ser proposto e depois e referendado na executiva e no sistema diretivo e executado para a categoria. O intuito é organizar, se planejar para os desafios que temos que são, principalmente, fechamentos de agências e as demissões em massa, que estão havendo nos bancos privados. Fundamental também é a reestruturação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O Dieese está dando esse suporte junto com a nossa Central Única dos trabalhadores, com a nossa Contraf (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e com a nossa Federa-RJ. É fundamental esse passo que estamos dando hoje. Isso é um investimento, é um legado. Sem planejamento nós não vamos a lugar nenhum”, explicou o presidente.
A presidente da Federa-RJ, Adriana Nalesso, lembrou que nos seminários da Federa, entre tantos objetivos, dois são prioritários: a comunicação e a formação política e sindical. “A gente entende que, a partir dos debates, que a gente precisa vencer e furar essa bolha dos trabalhadores porque o neoliberalismo não é uma coisa recente”, afirmou Adriana.
O secretário de imprensa do sindicato, Fabiano Paulo, explicou que o encontro, de dois dias, tem o objetivo também de organizar a direção do sindicato para os novos desafios tecnológicos, que são a digitalização do sistema financeiro e a consequente redução do emprego e dos postos de trabalho.
Os representantes da CUT-RJ, Carlos Souza, e da Contraf-CUT, Almir Aguiar, lembraram da importância da luta dos sindicatos na defesa dos trabalhadores, ressaltando a importância da resistência da categoria. “Muito se tem a fazer, mas é importante não esquecer que a gente tem lutado e avançado”, ressaltou Almir.
Já Carlos Souza fez uma análise histórica da política brasileira desde a era Collor até os dias de hoje. “A eleição não foi fácil. Foi uma guerra vencida porque pessoas como vocês acreditaram na importância de lutar pela vida”, afirmou Carlos.
A secretária geral do sindicato, Marise Mota, falou também sobre os objetivos do seminário.
“Nós precisamos que as pessoas novas no sindicato entendam como é o movimento, como se posicionar, como lidar com os bancários nesse momento tão adverso que estamos passando com bancários que não entendem que todos os benefícios que nós temos foram conquistados com muita luta da categoria, dos sindicatos. Muitas pessoas morreram e, infelizmente, hoje uma boa parcela dos bancários acham que os benefícios são dados pelos bancos. E foram conquistas de uma convenção coletiva forte. Nós somos uma das poucas categorias que tem essa coletiva. A gente precisa unir a categoria, unificar e colocar o pessoal disposto para a luta.”, afirmou Marise.
À tarde, o supervisor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos), Paulo Jager, coordenou a oficina de gestão, realizada pelo sindicato.
“Nós do Dieese estamos aqui para mediar as discussões realizadas. A gente tem metodologia, tem experiência de ter feito isso com outras entidades, inclusive com o próprio sindicato aqui de Niterói. Nosso papel é esse, de mediar as discussões para pensar nas principais propostas para enfrentar os desafios que se apresentam”, concluiu Paulo.