A Caixa Econômica Federal deve atuar pela redução das taxas de juros dos empréstimos e financiamentos concedidos no país. A afirmação foi feita pela presidente da CEF, Rita Serrano durante entrevista ao Valor Econômico.
Ela destacou que essa é a função de um banco estatal, como a Caixa, num cenário de crédito escasso e taxas altas. “O papel dos bancos públicos, de fato, é atuar como política anticíclica”, completou.
Segundo Rita, a Caixa não vai abrir mão de sua rentabilidade para agir de tal forma, explicando que a legislação e regras de governança proíbem esse tipo de atuação. Porém, ressaltou que, havendo espaço para corte de juros, a Caixa pode fazê-lo. Isso tende a pressionar outros bancos a fazerem o mesmo por conta da concorrência.
“Nada que dê prejuízo para o banco será feito, mas dentro de uma política de concorrência, vale a concorrência. Não é isso que os liberais pregam? O mercado?”, afirmou.
Quanto à alta da Selic, atualmente em 13,75% ao ano, Rita afirmou que neste patamar, a Selic é prejudicial à Caixa.
“Com uma taxa de juros alta, uma das mais altas do mundo, você penaliza a Caixa, que é voltada para o desenvolvimento do país, e os clientes. Quando vou ofertar habitação, por exemplo, é mais cara com essa taxa de juros”, explicou.
A presidente da Caixa disse que não existe problema no fato de o banco buscar lucros e, ao mesmo tempo, colaborar com o crescimento do país. Para ela, os bancos privados deveriam fazer o mesmo.
“Não existe dicotomia. Inclusive os bancos privados deveriam ter um compromisso com o país, investindo no desenvolvimento”, disse.
Rita Serrano ressaltou que qualquer ideia de privatizar a Caixa está descartada.
“O desenho que estava colocado no governo anterior era vender todos os ativos, ou abrir capital das subsidiárias, e havia uma discussão de abrir o capital da própria Caixa. Isso não existe mais”, garantiu.