O despacho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, determinando o fim dos trâmites para a venda de estatais, como Petrobras e Correios, mostra a volta do papel principal dos bancos públicos no desenvolvimento econômico do país, como afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“Estamos diante da retomada do que é o papel fundamental dos bancos públicos: a missão como instrumento para o desenvolvimento econômico e redução da pobreza”, destacou Juvandia.
A opinião também é compartilhada pela representante da Contraf-CUT na Comissão de Empresas dos Funcionários do Banco do Brasil (CEEB), Fernanda Lopes. Ela observa que afastada a trajetória de desmonte que estava em andamento com a venda de subsidiárias, caso da Caixa, e redução significativa de funcionários e agências, caso do BB, os bancos públicos terão agora “papel importante para colocar o Brasil de volta aos trilhos do desenvolvimento”, com ampliação de crédito a juros mais baixos para “tirar famílias do endividamento e dinamizar a economia para agricultura familiar, micro e pequenas empresas”.
Empregado da Caixa e diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro lembra que, ainda no período de transição, “a equipe que hoje está no Planalto recebeu das mãos das entidades que representam os trabalhadores bancários o documento ‘Uma nova Caixa, um novo Brasil’, com dados sobre o processo de descapitalização que o banco sofreu nos últimos anos e que reduziu sua capacidade de execução de políticas sociais”. Segundo ele, o documento também apresenta propostas de como a Caixa pode contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país.
Para Rita Serrano, que assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal, os bancos públicos e as empresas públicas foram instrumentos importantes para “fazer investimentos no país e com isso, lógico, contribuir na geração de emprego e para tirar a população da miséria”. A declaração foi feita durante entrevista, em novembro passado. Segundo ela, os bancos públicos “primeiro, contribuem para o desenvolvimento do país, sendo um braço do governo, fornecendo as ferramentas ao desenvolvimento do país, com investimentos de médio e longo prazo para infraestrutura, habitação, agricultura, agronegócio”. Em segundo lugar, “podem gerar programas sociais, no sentido de melhoria da qualidade de vida da população, por exemplo, com a oferta de microcrédito para nichos da sociedade que os bancos privados não atendem”, completou.