Parece que os banqueiros querem greve. A 4ª rodada de negociação não resultou em avanços.
A quarta rodada de negociação com os bancos, nesta quarta-feira, 9 de setembro, durou um dia inteiro de debates e não resultou em avanços significativos. Como nas reuniões anteriores, os banqueiros não concordaram com nenhuma das reivindicações sobre saúde, segurança e condições de trabalho. Nova negociação ficou marcada para 17 de setembro.
“Negando-se ao diálogo desse jeito, parece que os banqueiros querem a greve”, comentou o presidente do Sindicato, Jorge Antônio. A negociação desta quarta-feira começou às 15h e só terminou por volta das 22h. Fabiano Júnior (centro da foto), presidente da Federação dos Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo, participou dos debates e saiu indignado. “Precisamos fortalecer a mobilização”, afirmou Fabiano.
Os temas desta quarta rodada de negociação foram fim do assédio moral, das metas abusivas, condições plenas para a reabilitação profissional, mais segurança nos locais de trabalho, isonomia de direitos, igualdade de oportunidades. Logo no início da reunião, os bancários cobraram as prometidas propostas sobre emprego e questões econômicas – assuntos das negociações anteriores –, mas os bancos não apresentaram nenhuma formulação.
Veja o que foi debatido nesta quarta-feira
Assédio Moral: o debate avançou no sentido da criação de um canal seguro para denúncia com processo de avaliação contínuo, mas permanece a polêmica sobre o sigilo do nome dos assediadores. Se isso não for resolvido, não haverá acordo.
Metas Abusivas: na opinião dos banqueiros, as metas são “adequadas e desafiadoras”. Para os sindicalistas, as metas são abusivas e têm que acabar porque causam sérias conseqüências para a saúde e para o ambiente de trabalho.
Isonomia de direitos:: os sindicalistas querem que os bancários afastados e licenciados tenham os mesmos direitos que o pessoal da ativa (vale-refeição, vale-alimentação e complementação salarial durante toda a licença).
Igualdade de Oportunidades: o Mapa da Diversidade comprovou distorções nos locais de trabalho, que prejudicam sobremaneira mulheres e negros. Os sindicalistas denunciam esses problemas há mais de dez anos, mas pouco se avançou. As diretrizes para alterar essa situação precisam estar na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) deste ano.
Segurança: os sindicalistas voltaram a apontar a importância do fim do transporte de valores e da chave dos cofres pelos bancários. Ficou definido que o tema será debatido a partir da segunda quinzena de novembro, com a participação de especialistas na área, dos bancos e dos sindicalistas.
Reabilitação: houve avanços no sentido de construir uma nova cláusula para a Convenção Coletiva sobre o processo de reabilitação profissional dos trabalhadores após afastamento por doença.
Licença-maternidade: os bancários novamente cobraram a ampliação da licença-maternidade de quatro meses para seis meses, e os banqueiros ficaram de dar uma resposta na próxima negociação. Muitas empresas, inclusive alguns bancos, já reconheceram a orientação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde sobre a importância para a saúde das crianças. Não há razão para não colocar a ampliação na Convenção Coletiva.
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Foto: Gerardo Lazzari/Seeb-SP