A Caixa e o Banco do Brasil não deixarão mais a Febraban. Não vão mais cumprir a ameaça feita na semana passada pelos seus presidentes, contrários à adesão da entidade ao manifesto “A Praça dos Três Poderes”, capitaneado pela Fiesp e que contava com o apoio de outras 200 entidades empresariais.
A avaliação do comando dois dois bancos federais é que o comunicado divulgado ontem à noite pela Febraban não deixa brechas para qualquer decisão de saída.
Em resumo, Caixa e BB ameaçaram se desfiliar porque a Febraban assinaria um manifesto que eles enxergaram como crítico ao governo Bolsonaro.
Mas como a própria Febraban disse ontem que “o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação” do texto, Caixa e BB consideram que a saída seria um enfrentamento desnecessário. “E no fim das contas, não terá manifesto nenhum”, diz um dirigente do Banco do Brasil.
No comunicado, porém, a Febraban afirma também que o objetivo do manifesto foi cumprido (mesmo sem ter sido publicado) por ter sido amplamente divulgado. No fim das contas, a Febraban reafirmou sua posição pró-manifesto, ainda que ele nunca venha a público, mas se dissociou da Fiesp.
Caixa e BB, portanto, recuaram. A Febraban, não.
A Febraban viveu nos últimos 15 dias seus momentos de maior dissenso interno desde que foi fundada em 1967. A desistência da Caixa e do BB de deixarem a entidade não significa que a paz tenha voltado. As divergências internas ainda ardem.