A suposta queda-de-braço entre Paulo Guedes, Ministro da Economia, e o presidente Jair Bolsonaro no caso da reestruturação anunciada pelo Banco Brasil não passa de teatro para enganar a população e, principalmente, a categoria bancária.
O jornal Valor Econômico informou em reportagem publicada na capa do jornal que Jair Bolsonaro teria demitido o presidente do Banco do Brasil, André Brandão.
Segundo a reportagem, Bolsonaro teria ficado irritado com a repercussão do fechamento de agências do banco e do plano de demissões voluntárias anunciados na segunda-feira.
Fontes do BB afirmam que as medidas foram aprovadas pelo ministro Paulo Guedes e apresentadas ao Planalto. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta reverter a saída do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, do cargo.
Ora, se o Planalto foi informado, o presidente Bolsonaro então sabia das medidas. O recuo se dá única e exclusivamente por conta da repercussão negativa em todo país que poderia manchar sua reputação política, principalmente, num momento em que sua popularidade cai por conta da falta de ação no combate à Covid-19 e na demora apresentar o plano de vacinação dos brasileiros.
Bolsonaro está preocupado apenas com o fechamento das 361 agências, mas apoia a demissão voluntária dos cinco mil empregados. Ai fica a pergunta: com menos 5 mil funcionários, como ficará o atendimento nas agências?
Claro, mais sobrecarga, mais metas, mais assédios e mais pressão sobre os bancários do BB. O banco é altamente lucrativo e um dos principais agentes financiadores da agricultura familiar brasileira.
São 5 mil demissões no BB mais 5 mil demissões na Ford que anunciou o fechamento de suas fábricas no Brasil. Como viverão essas famílias? Como ficarão os empregados do BB que permanecerem trabalhando?
Tudo não passa de um teatro político. O governo com um discurso dúbio vem fazendo tudo que planejou: privatizando e precarizando instituições públicas importantes para a sociedade brasileira.