Banqueiros receberam documento nesta segunda-feira, dia 10, em São Paulo. Reivindicações foram definidas na Conferência Nacional da categoria e aprovadas pelos bancários de Niterói e Região, em assembleia.
O Comando Nacional dos Bancários entregou as reivindicações da Campanha Salarial 2009 aos banqueiros nesta segunda-feira, dia 10. O documento foi recebido pelo presidente da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Fábio Barbosa, e pela comissão negociadora dos bancos. As reivindicações foram definidas na Conferência Nacional da categoria, realizada de 17 a 19 de julho em São Paulo, e aprovadas pelos bancários de Niterói e Região por unanimidade, em assembleia, dia 29.
A entrega das pautas específicas dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal acontecerá no dia 17 de agosto, ambas em Brasília. (leia mais aqui).
O presidente da CUT nacional, Artur Henrique, reeleito para o posto na última sexta-feira, dia 7, participou da entrega das reivindicações, na sede da Fenaban, num gesto de demonstração da importância da campanha dos bancários para as demais categorias de trabalhadores. “Não queremos que a campanha deste ano seja meramente economicista”, disse o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, ao entregar a pauta de reivindicações a Fábio Barbosa. “Além da remuneração, que envolve aumento real de salário, melhoria da PLR e valorização dos pisos (não só para caixas, mas também para comissionados e gerentes), os bancários querem este ano garantia de emprego e melhoria das condições de saúde e de trabalho, o que implica acabar com as metas abusivas, com o assédio moral e com a insegurança bancária.”
Carlos Cordeiro destacou ainda a importância da implementação de planos de previdência complementar para toda a categoria, para garantir uma aposentadoria tranquila aos bancários. “Hoje, quando os bancários se aposentam, passam a receber um terço da remuneração que tinham na ativa. Precisamos discutir esse assunto com seriedade.”
Luta dos bancários interessa a todos os trabalhadores
Frisando ser essa sua primeira ação sindical após a recondução à presidência da CUT na sexta-feira, Artur Henrique disse aos representantes dos bancos que apesar da crise internacional o Brasil está se saindo bem e que o sistema financeiro continua apresentando resultados altamente satisfatórios. “Por isso os bancos estão em condições de atender às reivindicações da categoria. A CUT estará ao lado dos bancários nessa luta, que interessa a todos os trabalhadores brasileiros.”
Fábio Barbosa reconheceu que a situação do Brasil e dos bancos é positiva, disse acreditar que “podemos ser mais construtivos do que temos sido” na mesa de negociações e reclamou da campanha de mídia lançada pelo Comando Nacional e pelos sindicatos que cobra responsabilidade social dos bancos e a redução de juros, spread e tarifas.
Em resposta, o presidente da Contraf-CUT lembrou que a rentabilidade, os juros e o spread cobrados pelos bancos brasileiros são os mais altos do mundo. “Não queremos que o sistema financeiro (SF) seja bom apenas para banqueiros e acionistas, mas para toda a sociedade brasileira. Os bancos precisam ser socialmente responsáveis. Estamos propondo essa discussão como parte de um debate mais amplo sobre a regulamentação do SF”, disse Carlos Cordeiro.
O que os bancários querem
As principais reivindicações da categoria, aprovadas na Conferência Nacional realizada entre 17 e 19 de julho e ratificadas pelas assembleias, são as seguintes:
– Reajuste salarial de 10% (reposição da inflação mais aumento real).
– PLR de três salários mais R$ 3.850.
– Valorização dos pisos (portaria: R$ 1.432, escriturário: R$ 2.047, caixa: R$ 2.763,45, primeiro comissionado: R$ 2.763,45, primeiro gerente: R$ 4.605,73).
– Auxílio-refeição: R$ 19,25.
– Cesta-alimentação: R$ 465,00 (um salário mínimo).
– 13ª cesta-alimentação: R$ 465,00.
– Auxílio-creche/babá: R$ 465,00.
– Fim das metas abusivas e do assédio moral.
– Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos, negociado com as entidades sindicais.
– Contratação da remuneração total, inclusive a parte variável, com a incorporação dos valores aos salários e reflexo em todos os direitos (13º, férias e aposentadoria) – com o objetivo de acabar com as metas abusivas.
– Garantia de emprego, fim das terceirizações e ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas.
– Mais segurança nas agências.
– Auxílio-educação para todos.
– Ampliação da licença-maternidade para seis meses.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Renato Silva/Contraf-CUT