Durante a terceira mesa de negociação, uma colocação dos representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) deixou o Comando Nacional dos Bancários em choque. Para os banqueiros, as metas impostas aos trabalhadores “são plenamente exequíveis e não são abusivas” e “não adoecem os bancários”.
Os representantes da Fenaban apresentaram uma “pesquisa” em que os “dados” apontam que “84% da categoria teria dito que as metas são atingíveis” e que “80% dos bancários estariam engajados com os programas de resultados”. Números fora da realidade, de acordo com Adriana Nalesso, uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria e presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
“Os resultados apresentados pela pesquisa feita pelos bancos são completamente fora da realidade dos empregados que estão nas agências e departamentos ou em Home Office. Pelo que disseram parece até que trabalhar em banco é a melhor coisa do mundo, não tem ameaça de demissão, não tem pressão por metas, não adoece os trabalhadores, o que todos nós sabemos não é verdade”, disse Adriana, que participou da exaustiva reunião. Durante a negociação, a Fenaban propôs a retirada de direitos, ao alterar clausulas presentes na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Clique aqui e saiba mais.
A Fenaban alegou que a pesquisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) “não apresentou números sobre metas”, o que também não é verdade. A pesquisa das entidades sindicais mostra o contrário do que foi apresentado pelos patrões, revelando que o atingimento de metas está cada vez mais inatingível: 36% responderam que as metas estão difíceis ou muito mais difíceis, mesmo neste período de crise da pandemia do novo coronavírus.
Nessa campanha salarial, a palavra-chave para a garantia de direitos é união. “A conjuntura é muito difícil. Precisamos aumentar a mobilização com a participação de todos os bancários e bancárias nas atividades nas redes sociais para pressionarmos a Fenaban a avançar nas negociações. Nos preocupa também o fim da ultratividade, que garantia os direitos da convenção vigente até o fechamento de um novo acordo, garantia que foi retirada dos trabalhadores através da reforma trabalhista imposta pelo governo golpista de Michel Temer e mantida pelo governo Bolsonaro. Mas a história nos mostra que, com mobilização, a gente consegue defender nossos direitos”, conclui Adriana Nalesso.
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