Bancários e banqueiros começam a discutir nesta quarta-feira, dia 17, o índice de reajuste salarial, a PLR e demais cláusulas econômicas. Dia 25 haverá plenária nacional em São Paulo, para avaliar o andamento das negociações e traçar os rumos do movimento. Caso os bancos não atendam às reivindicações da categoria até aquela data, os sindicatos poderão decretar greve nacional. Na negociação de terça-feira, dia 16, os bancos (que têm crescido 12,7% ao ano, o dobro do PIB) rejeitaram todas as reivindicações sobre saúde, condições de trabalho, igualdade de oportunidades e emprego. E ainda quiseram retirar direitos no auxílio-creche, na aposentadoria e no vale-transporte.
Bancários e banqueiros começam a discutir nesta quarta-feira, dia 17, o índice de reajuste salarial, a PLR e demais cláusulas econômicas. Dia 25 haverá plenária nacional em São Paulo, para avaliar o andamento das negociações e traçar os rumos do movimento. Caso os bancos não atendam às reivindicações da categoria até aquela data, os sindicatos poderão decretar greve nacional.
Na negociação de terça-feira, dia 16, os bancos (que têm crescido 12,7% ao ano, o dobro do PIB) rejeitaram todas as reivindicações sobre saúde, condições de trabalho, igualdade de oportunidades e emprego. E ainda quiseram retirar direitos no auxílio-creche, na aposentadoria e no vale-transporte.
As principais cláusulas discutidas dia 16 foram as seguintes:
> Isonomia de tratamento entre bancários afastados por motivos de saúde e os ativos. É uma antiga reivindicação da categoria, mais uma vez rejeitada pelos bancos.
> Eliminação de riscos nos locais de trabalho – Os bancários querem que os riscos (ergonômicos, saúde mental, assaltos etc.) sejam eliminados. E que, enquanto os riscos permanecerem, os bancos precisam pagar adicional por insalubridade e por periculosidade, proporcional ao salário – e não ao salário mínimo, como é hoje. Os banqueiros rejeitaram.
> Intervalo para atividades repetitivas – A reivindicação é que o intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados seja estendido a todos os bancários que exercem atividade repetitiva. Mas os bancos insistem em restringir esse direito somente aos digitadores.
> Custeio de tratamentos – Os bancários reivindicam que para os trabalhadores afastados por acidente de trabalho todo o tratamento seja custeado pela empresa, inclusive o medicamentoso e as terapias alternativas. Mais uma vez, os bancos não aceitaram.
Bancos se recusam a discutir emprego
Os representantes dos bancos também se recusaram a discutir o emprego, alegando que esse tema de extrema importância para os bancários não faz parte da Convenção Coletiva e que essa é uma questão que diz respeito exclusivamente às empresas.
Em relação ao auxílio-educação, os negociadores da Fenaban também se recusaram a discutir, alegando que cada banco tem o direito de fazer o que quiser sobre o tema.
Igualdade de oportunidades: quase nada avança
Licença-maternidade de 180 dias – Os bancários reivindicaram que os bancos façam a adesão em bloco, já este ano, à lei de licença-maternidade de 180 dias aprovada pelo Congresso Nacional, que entrará em vigor em 2010. Os banqueiros alegaram que a discussão é prematura e aguardarão a lei passar a valer. E não quiseram assumir compromisso de adesão dos bancos em bloco quando a lei entrar em vigor.
Mesa temática sobre igualdade de oportunidades – Os bancos aceitaram uma mudança na redação da cláusula sobre a mesa temática que está nos acordos dos anos anteriores, de forma a possibilitar que ela seja de fato implementada.
Isonomia de tratamento para homoafetivos – Os bancários expuseram à Fenaban as vantagens legais, convencionais ou contratuais que se aplicam aos parceiros(as) de trabalhadores(as). Vale lembrar que a possível discussão do tema havia sido negada pela Fenaban na campanha de 2007. Desta vez, os representantes dos bancos se utilizaram de um subterfúgio legal para desqualificá-lo: o tema não poderia ser levado adiante porque bate de frente com os planos de saúde que não contemplam tais benefícios para casais homoafetivos.
Promoção da igualdade de oportunidade para todos e todas – Os dados divulgados no próprio Balanço Social da Febraban no ano de 2007 mostram que o setor bancário conta com apenas 2,4% de negros(as), 11,1% de pardos(as) e apenas 1,3% de pessoas com deficiência. Este artigo foi avaliado pelo Comando Nacional dos Bancários como prioritário, principalmente no tocante à contratação de negros(as) e a ascensão profissional de mulheres, negros(as) e pessoas com deficiência, tendo em vista que na questão de gênero a contratação está praticamente equilibrada.
Para os banqueiros, o Programa de Valorização da Diversidade, do qual o Mapa da Diversidade levantado recentemente é uma etapa, dará conta de resolver essas questões a médio e longo prazo.
Quanto à contratação de trabalhadores com deficiência, a Fenaban alega que o Programa de Capacitação e Inclusão de Pessoas com Deficiência no setor bancário, lançado em julho deste ano, contempla as reivindicações dos trabalhadores.
O Comando Nacional discorda de tal afirmação. Pois, apesar de atender as reivindicações em parte, possui algumas restrições, como número de vagas limitado, não adesão de todos os bancos e restrição ao tipo de deficiência (visual, auditiva e física), excluindo, por exemplo, a pessoa portadora da síndrome de dawn.
O Comando Nacional avalia que apesar de ser um programa piloto, deve ser discutido dentro da mesa temática para que seja ampliado e aprimorado.