A Contraf-CUT cobrou, em reunião ocorrida nesta terça-feira (10), na sede do Banco do Brasil, em Brasília, garantias aos funcionários de agências em processo de fechamento e aos que tiveram os cargos cortados nos processos de reestruturação iniciado pelo banco em novembro de 2016.
A Comissão de Empresa do Banco apontou uma série de problemas verificados em cada base, como a dificuldade de realocação dos gerentes de relacionamento para a lateralidade e também situações onde a única opção dada de realocação tem sido com perda salarial.
Foi reiterado ainda a necessidade de respostas quanto ao VCP Permanente (Verba de Caráter Pessoal que mantém a remuneração) como forma de proteger os milhares de funcionários que irão perder o cargo ao final do processo de ajuste dos excessos. O banco informou que ainda não tem a resposta para o VCP permanente, como também não tem a decisão sobre VCP para os caixas que perderão comissão.
Foram realizadas 4563 nomeações desde a abertura do TAO Especial e dos grupos de funções GF7 e GF8 para ascensão. O número de excedentes por grupo de função também foi apresentado até o dia da reunião, sendo o número varia a cada dia.
ABERTURA DO TAO PARA ASCENSÃO
O Banco informou que na próxima quinta-feira (12) será aberto um TAO (Sistema de Recrutamento) permitindo ascensão profissional para os demais grupos de função. O banco garantiu que toda nomeação ou sequência de nomeações em escada, terá que repor um excesso ao final.
O coordenador da Comissão de Empresa dos funcionários do BB, Wagner Nascimento, considera que a liberação do TAO para ascensão profissional só faz sentido de for ajudar a recolocação das pessoas que perderam funções. “Esperamos que isto acelere o processo de nomeações e que o banco já dê a resposta quanto ao VCP permanente, considerando que alguns grupos têm muito mais excessos que vagas disponíveis. Nosso papel é buscar a proteção dos funcionários na via negocial e também por outros meios disponíveis, inclusive jurídicos.”
OUTRAS REIVINDICAÇÕES
A Comissão de Empresa pediu ao banco esclarecimentos e que fosse melhor divulgado aos funcionários de agências em encerramento as informações para onde cada funcionário irá após o fechamento da sua unidade.
Foi reivindicado que nos casos de nomeações com descenso ou lateralidade envolvendo a gerência média, que fosse observada condição de módulo avançado do cargo anterior para o módulo avançado do cargo atual, de forma que minimize a perda salarial nos casos de descenso e mantenha a remuneração nos casos de lateralidade.
ENDIVIDAMENTO DOS FUNCIONÁRIOS
Foi solicitado ao banco um levantamento sobre o nível de endividamento dos funcionários, uma vez que há projeção de muitos descomissionamentos ao final do processo de reestruturação e isto impactará na renda das pessoas, e, consequentemente, agravará o nível de endividamento.
LIBERAÇÃO DE REMOÇÃO PARA OS ESCRITURÁRIOS
Os sindicatos reivindicaram junto ao BB que fizesse a análise sobre antecipar liberação das remoções para os escriturários com o objetivo de facilitar a recolocação daqueles que ficaram excedentes em razão do fechamento de agências ou absorção de mais funcionários na sua unidade. O banco informou que vai analisar essa situação para que a liberação de uma remoção agora não crie um problema de excesso em dobro em determinadas unidades futuramente.
Para Wagner Nascimento, o mapa de vagas disponibilizado pelo banco mostra claramente a necessidade de se dar mais garantias aos funcionários que perderão seus cargos. “A conta não fecha em vários cargos e, ao contrário do que o banco pregou no início da reestruturação, tudo não vai dar certo no final. Por isso criticamos o otimismo do banco em relação às realocações, pois estava claro que haverá muitos com redução de salários. O BB precisa ter coragem e disposição para proteger os funcionários. Implantar o VCP permanente como forma de proteção salarial é de fato se preocupar com as pessoas e defenderemos essa posição colocada em mesa de negociação junto ao Ministério Público na audiência do dia 7 de fevereiro.”
Fonte: Contraf-CUT