Bancários de Niterói decidem sobre greve hoje

Bancários de Niterói e região decidem hoje se entram em greve a partir da próxima semana. A categoria se reúne em assembleia que acontecerá às 19:00hs, no espaço assembleia do Sindicato dos Bancários de Niterói e região, que fica a Rua Evaristo da Veiga, 37, no centro de Niterói. Em pauta, apreciação da contraproposta dos banqueiros de 5,5% de reajuste salarial e a deflagração da greve por tempo indeterminado.

 

O Comando Nacional dos Bancários, responsável pelas negociações com a Fenaban – Federação Nacional dos Bancos, orientou a categoria em todo país a rejeitar a proposta dos bancos. Os bancários classificaram a proposição como falta de respeito e insulto diante dos altos lucros obtidos pelas instituições financeiras. Apenas nos primeiros seis meses de 2015, os seis maiores bancos do país lucraram juntos mais de R$ 40 bilhões, ou seja, 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado.

 

O índice de reajuste 5,5% proposto não chega nem perto de cobrir a inflação, gerando perdas de 4% para a categoria nos salários e demais verbas como PLR, vales, piso. Perdas tão significativas que reverteriam os aumentos reais de 1,82% e 2,02% conquistados em 2013 e 2014, respectivamente. No vale-refeição, esses 5,5% não cobririam o gasto com um simples salgadinho, já que representa apenas R$ 1,43 a mais no dia.

 

Os bancos tentam ainda uma pegadinha com o trabalhador oferecendo um abono de R$ 2,5 mil. Primeiro porque não se integraria aos salários, seria pago só uma vez. Por conta disso, também não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º salário, gerando perdas enormes no longo prazo. Fora que nem seriam sequer esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles, o bancários teriam de pagar imposto de renda e INSS.

 

Caso a categoria rejeite a proposta e aprove a greve, cerca de 240 agências bancárias em Niterói, São Gonçalo, Cabo Frio e demais cidades da Zona da Mata e Região dos Lagos, totalizando 16 municípios, ficaram sem funcionamento. Ao todo, 3.600 bancários atuam nestas unidades. O Sindicato indica o início da paralisação para o próximo dia 06 de outubro (terça-feira), conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários. Aposentados e pensionistas não terão seus recebimentos prejudicados.

 

Principais reivindicações dos bancários

 

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).