Mobilização levou também outros movimentos sociais ao Distrito Federal, representados pela UNE e pelo MST. Parlamentares do campo democrático e popular apoiaaram as reivindicações.
A CUT e as demais centrais sindicais do país se uniram na manhã desta quarta-feira (11) para promover a tradicional Marcha Nacional da Classe Trabalhadora. A sexta edição da manifestação, fundamental para implementar uma política de valorização do salário mínimo no Brasil, contou com 50 mil trabalhadores.
Os participantes deixaram o estacionamento do estádio Mané Garrincha, na região central de Brasília, às 9h30, e caminharam rumo ao Congresso Nacional. Diversos diretores da Contraf-CUT estiveram presentes ao ato, bem como dirigentes de sindicatos e federações de bancários de todo o país.
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Neste ano, as centrais definiram seis eixos unificados: votação do PL 01/07 que efetiva a política de valorização do salário mínimo; novo marco regulatório para o pré-sal, atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo; ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT; aprovação do PL sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho e, principalmente, redução da jornada sem redução do salário.
“A marcha foi um grande sucesso. O Congresso Nacional é um espaço de disputa e a presença de mais de 50 mil trabalhadores em Brasília cobrando que os parlamentares implementem a sua pauta é um fato importantíssimo e que dá esperança de perspectivas melhores para a vida”, afirma Miguel Pereira, diretor da Contraf-CUT, que participou do ato.
“A pauta escolhida é também fundamental para o conjunto dos trabalhadores e para a categoria bancária, coma a redução da jornada, que pode gerar um impacto de 2 milhões de novos empregos e reforça também a discussão com a Fenaban para reduzir a nossa jornada”, acrescenta.
Segundo Miguel, também são pontos importantes para os bancários a discussão do PL 1621, do deputado federal Vicentinho (PT-SP), que regulamenta a terceirização de forma a defender os trabalhadores, e a ratificação da Convenção 158 da OIT.
Além dos trabalhadores, a mobilização levou também outros movimentos sociais ao Distrito Federal, representados pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que pela primeira vez participou da mobilização.
Parlamentares do campo democrático e popular também marcaram presença e manifestaram apoio às reivindicações.
Por volta das 11h, a marcha chegou diante do edifício do Congresso. Presidente nacional da CUT, Artur Henrique, explicou os resultados positivos da aprovação de cada eixo da pauta da classe trabalhadora pelos parlamentares, em especial da valorização do salário mínimo.
“Mais de 43 milhões de brasileiros vivem com um salário mínimo, sendo 18 milhões de aposentados. Esse povo espera e quer que o Congresso aprove a política de valorização do salário mínimo, que foi fruto da mobilização das centrais, para garantir que a valorização do mínimo permaneça até 2023, fazendo com que isso não seja uma política apenas do governo Lula, mas também de Estado”, defendeu.
Antes de Artur encerrar o ato em nome da CUT, diversos dirigentes da Central falaram sobre o carro de som, destacando a importância de cada bandeira e exaltando a unidade das centrais nesta Marcha. A CUT levou aproximadamente 30 mil militantes e foi a maior delegação entre as centrais, algo que podia ser facilmente comprovado por qualquer observador da manifestação.
Audiências com Temer e Sarney
Enquanto as lideranças sociais ainda comandavam o ato político em frente ao Congresso, os presidentes e outras lideranças das seis centrais sindicais foram recebidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Ele recebeu a pauta de reivindicações da 6ª Marcha.
Questionado sobre a redução da jornada sem redução de salário, cuja PEC está à espera de votação em plenário na Câmara, Temer afirmou: “É uma matéria polêmica, não há dúvida. Simplesmente marcar uma data para votação em plenário não dá certo. O que eu quero é fazer sentar deputados que representam o grupo contrário à medida e os favoráveis, mais as centrais sindicais, e encontrar um caminho para encaminhar o tema com entendimento entre os líderes partidários”.
Temer prometeu instalar uma espécie de comissão de deputados e centrais para elaborar uma forma de encaminhar a PEC ao plenário com grande possibilidade de aprovação.
Já o presidente do Senado, José Sarney, em uma audiência relâmpago – alegou compromisso inadiável – prometeu colocar a ratificação da convenção 151 para votação, com prioridade. A 151, que estabelece a negociação sindical e coletiva permanente no serviço público, já foi ratificada pela Câmara.
Fonte: Contraf-CUT
Foto: Antonio Cruz/ABr