Neste 28 de agosto, bancárias e bancários de todo o país celebram o seu dia, suas lutas e conquistas ao longo dos anos. Essa trajetória teve origem na greve de 1951, quando a categoria decidiu inovar na luta por reivindicações salariais e melhores condições de trabalho.
Foram 69 dias de paralisação, que resultaram em um reajuste salarial de 31%, quando os patrões queriam dar apenas 20%. A mobilização fortaleceu os sindicatos de bancários e deu base para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), importante no fornecimento de estatísticas confiáveis para os trabalhadores.
Mas a luta dos bancários é diária. Atualmente, a categoria enfrenta o fechamento de agências físicas e a demissão de trabalhadores. A era digital chegou e os bancos, apesar dos lucros cada vez mais altos, alegam que precisam se atualizar e que os clientes preferem usar o banco na palma da mão do que ir às agências.
Sofrem os bancários e a população, principalmente os idosos que têm pouca habilidade com a tecnologia e acabam recebendo um atendimento precário.
Outro problema enfrentado por bancárias e bancários é o adoecimento psíquico. A cobrança por metas abusivas leva cada vez mais bancários ao afastamento do trabalho para tratamento médico.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões, Jorge Antonio de Oliveira, a data precisa ser lembrada como um ponto de partida importante para luta de todos os trabalhadores, não só da categoria bancária.
“Estamos atravessando um momento delicado para todos os trabalhadores brasileiros devido aos problemas políticos e econômicos que o país enfrenta. Mas precisamos ter consciência dos nossos direitos e lutar pela valorização da categoria bancária. O lucro dos bancos é conseguido à custa do suor e da saúde dos nossos trabalhadores. Por isso, queremos a valorização da nossa categoria”, ressaltou o presidente.
Jorge Antonio observou que é preciso entender que existe a luta de classe.
“Enquanto os bancos e os empresários pensam somente em lucros e na inteligência artificial, nós do movimento sindical entendemos que hoje a luta é pela soberania nacional, pela luta de classe e por um país mais igualitário para todos. Viva os bancários e viva a classe trabalhadora”, concluiu.