Relatório aponta aumento de 22,86% nas mensalidades do Saúde Caixa

A Caixa Econômica Federal se reuniu com dirigentes de entidades ligadas aos empregados para apresentar informações sobre o Saúde Caixa.

As reuniões aconteceram no início do ano e foi apresentado, inclusive, o resultado financeiro no exercício de 2024.

O resultado mostrou um déficit de quase R$ 17 milhões, com receitas de R$ 3,57 bi e despesas de R$ 3,58 bi. O déficit representa 0,5% do total das receitas e despesas do plano no exercício. A reserva técnica ficou positiva em quase R$ 110 milhões.

Apesar de o resultado não impor a necessidade de contribuições adicionais para cobrir o déficit, o relatório atuarial contratado pela Caixa para o plano aponta um aumento nas mensalidades de 22,86% já em 2025.

Ainda de acordo com o relatório, uma alternativa para o custeio do plano é a adoção de cobrança das mensalidades por faixas etárias.

Para Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), essa alternativa não pode ser considerada.

“A adoção da cobrança por faixa etária representaria o fim do pacto intergeracional, princípio fundamental do Saúde Caixa. Isso inviabilizaria o plano para muitos empregados, em especial os aposentados, cujos custos ficariam insustentáveis”, afirmou Takemoto.

Leonardo Quadros, diretor de Saúde e Previdência da Fenae, defende que financiamento do plano seja feito com o aumento da participação da Caixa no custeio, retirando ou ampliando o teto de 6,5% da folha.

“A capacidade de financiamento dos empregados está no limite: de 2023 para 2024, o somatório das mensalidades dos empregados cresceu mais de 50%. Não cabe mais aplicar novos reajustes para os usuários, o equilíbrio do plano precisa ser alcançado com o aumento da participação da Caixa e com melhorias na gestão”, explicou Quadros.

A qualidade do plano também preocupa os usuários do Saúde Caixa. Além disso, as despesas do plano escalaram, com o custo médio mensal por usuário passando de R$ 682,00/usuário/mês (em 2021) para R$ 1.114,00/usuário/mês (primeiro semestre de 2024).

“Apresentamos uma proposta de retorno dos Comitês de Credenciamento e Descredenciamento, que deve ser debatida na próxima reunião do GT Saúde Caixa, e entendemos que sua implementação cumprirá um papel fundamental para a qualificação da rede”, observou Rafael de Castro, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

Rafael acrescentou que continua a luta pela alteração do estatuto do banco para retirar o teto de 6,5% para o custeio do plano, e que serão apresentadas propostas de melhoria, embasados no trabalho elaborado com os dados que a Caixa precisa passar para construir um modelo sustentável, viável e perene para o Saúde Caixa.

*Fonte: Contraf-CUT