Receita de tarifas cresce 12,25%

O total dos quatro maiores bancos nos nove primeiros meses de 2011 atinge R$ 44,9 bilhões, alta de 12,25% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Além das tradicionais operações de crédito, ao fim do terceiro trimestre deste ano os bancos elevam também os ganhos com prestação de serviços e tarifas bancárias, o que demonstra uma diversificação cada vez mais acentuada das receitas.

Para especialistas, essa é uma tendência, já que há aumento da base de clientes e redução do spread bancário com a queda das taxas de juros. Para o consumidor, as regulamentações definidas pelo Banco Central auxiliaram na transparência das informações, mas ainda são insuficientes para estimular a queda das cobranças.


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Ao somar os quatro grandes bancos de capital aberto, no acumulado de nove meses, as receitas atingem R$ 44,9 bilhões, alta de 12,25% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram de R$ 40 bilhões.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, explica que as instituições financeiras possuem três segmentos de faturamento: crédito, tesouraria e prestação de serviços. “Nos últimos cinco anos observamos esse crescimento diversificado. A curto prazo, a tendência é de maior expansão de prestação de serviços junto com a entrada de novos clientes.”

O maior volume registrado ao fim de setembro é do Itaú Unibanco, de R$ 13,96 bilhões, alta de 11% ante setembro de 2010. Somente no terceiro trimestre, o banco faturou R$ 4,820 bilhões, crescimento de 3,17% ante o período de abril a junho deste ano.

O Banco do Brasil também apresenta significativa elevação, de 11% na comparação anual, para R$ 13,2 bilhões, sendo que de julho a setembro as rendas somam R$ 4,720 bilhões, alta de 7,57% ante o segundo trimestre .

Durante a divulgação dos resultados, o vice-presidente de Gestão Financeira, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, declarou que o foco atual está na diversificação dos ganhos. “O spread tende a cair e tem que crescer outros negócios para compensar a queda de rentabilidade do crédito.” Monteiro cita, por exemplo, a área de cartões.

O vice-presidente da Anefac concorda com a tendência de redução do spread bancário. “A médio prazo, o aumento da competitividade vai possibilitar a queda do spread. Isto porque percebemos uma tendência de menor taxas de juros.” Segundo estudo da Anefac, as linhas de financiamento para pessoa física e pessoa jurídica caíram 0,9 ponto percentual (p.p.) e 0,8 p.p., respectivamente, de setembro a outubro.

No total de nove meses, o Bradesco totaliza R$ 11,14 bilhões em receitas de prestação de serviços, crescimento de 13,63% sobre o mesmo período de 2010. De julho a setembro, os ganhos chegam a R$ 3,876 bilhões, sendo que as rendas de cartão são responsáveis por R$ 1,299 bilhões.

Na comparação com os primeiros nove meses de 2010, o Santander cresce 15,10%, de R$ 5,76 bilhões para R$ 6,63 bilhões. No terceiro trimestre, os ganhos chegam a R$ 2,255 bilhões.

O professor do MBA Banking da Fundação Instituto de Administração (FIA), Roy Martelanch, no entanto, discorda do aumento de receitas com tarifas bancárias por conta da queda do spread bancário, pois este é compensado pelo aumento de volume.

A partir das regulamentações do Conselho Monetário Nacional (CMN) e Banco Central, 3.518, de 2008, e 3.919, de 2010, os bancos necessitam respeitar regras para tarifas, como reajuste de seis em seis meses e a não cobrança em serviços essenciais. Apesar das limitações, os ganhos continuam em alta. “O BC reagiu, mas adiantou muito pouco, porque se o regulador limita o número de tarifas a serem cobradas, o banco refaz o preço para compensar.”

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) informa que após três anos de vigência da norma, ainda não houve o aumento da concorrência. Segundo o Idec, desde a regulamentação o valor referencial das tarifas avulsas cresceu 20%, renda 38% e o volume de clientes aumentou 23%. Entretanto, a cobrança indevida continua a liderar o ranking de reclamações.

“Para os consumidores, a principal conquista com a regulamentação foi a oferta gratuita de um conjunto mínimo de serviços necessários para a conta corrente, denominado Serviços Essenciais. Outras conquistas também foram importantes, como o fim das tarifas de liquidação antecipada, renovação cadastral e boleto bancário”, informa o instituto.

Fonte: DCI – São Paulo