Previ: esclarecimentos sobre possível auditoria do TCU

Na última quarta-feira (5), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a abertura de uma auditoria, em caráter de urgência, sobre a gestão da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ).

O pedido alegava gravíssimas preocupações, ressaltando que entre os meses de janeiro e novembro de 2024, o “Plano 1” da Previ “acumulou prejuízo” de aproximadamente R$ 14 bilhões.

Em nota, Marcio Souza, diretor eleito da Previ, afirma que não existe rombo na Previ e que o Plano 1 fechou novembro saudável e com superávit. Marcio tranquiliza funcionários da ativa e aposentados:

“Aos funcionários do Banco do Brasil, da ativa e aposentados, e aos nossos pensionistas, asseguro que o Plano 1 está em perfeito equilíbrio com uma ótima carteira de renda fixa, contratada a uma taxa média de IPCA + 5,9% ao ano, e uma carteira de renda variável, com participação nas melhores empresas do Brasil.”

A Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também publicou nota esclarecendo “inverdades e distorções veiculadas sobre uma possível auditoria do TCU na Previ.”

A nota da Contraf-CUT esclarece que déficit não é rombo.

“Primeiramente, é necessário afirmar que, ao contrário do que estão dizendo, o déficit de um período, no caso dos fundos de pensão, não significa prejuízo, e muito menos rombo, como se o dinheiro tivesse sumido. A rentabilidade da Previ, assim como de qualquer investimento, está atrelada às oscilações do mercado. O fato é que, apesar da desvalorização de determinados ativos, a Previ terminou novembro ainda com um superávit de R$ 528 milhões.”

De acordo com o documento, a Previc – Superintendência Nacional de Previdência Complementar, órgão que fiscaliza os fundos de pensão no país, também afirma que não há déficit a equacionar e que o Plano 1 permanece com resultado positivo cumprindo suas obrigações previdenciárias.

A nota também destaca que “a Previ não precisou vender nenhum ativo, e continua cumprindo suas obrigações e pagando os mais de R$ 16 bilhões em benefícios anuais de maneira regular e sólida.”

No texto, a Contraf-CUT afirma que “tanto o TCU quanto a imprensa vêm fazendo uma análise equivocada dos resultados dos investimentos e rendimentos dos fundos de pensão, que estão sendo medidos na atualidade, e não em um período de longo prazo como deveria ser.”

Abrapp

Destaque também na nota da Contraf-CUT para a explicação da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), segundo a qual “a rentabilidade dos fundos de pensão deve ser analisada sob uma perspectiva de longo prazo, pois esses investimentos possuem ciclos extensos de acumulação de reserva e gestão previdenciária. Avaliações de curto prazo não refletem a robustez do sistema e, portanto, não podem ser consideradas prejuízo ou déficit por conta de um pequeno período.”

A Contraf-CUT afirma no documento que “a Previ não é do Banco do Brasil ou de alguma instituição pública, ligada à Únião, estados ou municípios. A Previ pertence aos funcionários e funcionárias do Banco do Brasil e é uma entidade democrática, paritária e que conta com ampla participação e fiscalização dos seus associados, das suas diretorias, do patrocinador e dos órgãos de fiscalização.”