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Santander lucra R$ 12,5 bi em nove meses, mesmo economia do país estando em frangalhos

Publicado em Santander Sexta, 29 Outubro 2021 10:56

 

O banco Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 12,467 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 4,1% no trimestre, e uma rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) de 22,4%, alta de 1,4 ponto percentual (p.p.) em doze meses. De julho a setembro deste ano, o lucro líquido do banco no país atingiu R$ 4.340 bilhões, 27,6% do lucro global, que foi de € 6.379 bilhões, alta de 87% em doze meses e 25% no trimestre.



“Com essa pandemia e um governo que não faz nada para alavancar a economia, o Brasil está em frangalhos. Mas, o Santander está forte e continua assuntando os funcionários com metas abusivas e cobranças absurdas”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.

 

Extensão de horário e sobrecarga de trabalho

 

“Para se ter uma ideia, o Santander foi o primeiro a retomar o funcionamento das agências em horário normal. O resultado é a concentração de usuários de serviços bancários após às 14h no Santander, uma vez que os demais bancos encerram o expediente às 14h. Isso tem ocasionado filas enormes, com aglomerações de clientes e sobrecarga de trabalho aos funcionários. Tudo isso em plena pandemia”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

 

O cliente paga a conta

 

Em um ano, o Santander fechou 139 agências e 35 postos de atendimento bancário (PABs), o que gera economia com a manutenção de sua estrutura. Mas, mesmo assim, a receita com prestação de serviços tem aumentado. Em 12 meses, a renda obtida com tarifas bancárias cresceu 7,9%, totalizando R$ 14,4 bilhões, o que é suficiente para que o banco cubra mais do que dobro de todas as despesas que tem com seus funcionários.



“O tamanho das filas mostra que não há quantidade suficiente de funcionários no atendimento. O cliente, que é quem paga a conta, é prejudicado. A receita com tarifas mostra que o banco poderia dobrar o número de pessoas para atender a demanda”, observou Mario Raia.



Em setembro de 2021, as receitas com tarifas seriam suficientes para pagar todas as despesas com os funcionários e ainda sobraria 113,14% do valor. E esta é uma arrecadação ínfima obtida pelo banco se comparada a que ele obtém com as demais transações financeiras.