Com o forte crescimento dos resultados no ano passado, o Brasil se tornou a terceira operação mais rentável para o HSBC no mundo, atrás apenas de Hong Kong e da matriz no Reino Unido.
O banco HSBC teve lucro de R$ 1,082 bilhão no Brasil no ano passado, superando em 61% os R$ 670 milhões alcançados em 2009. O resultado divulgado nesta segunda-feira, 28 de fevereiro, é atribuído a uma expansão de 20% na carteira de crédito, que chegou perto de R$ 50 bilhões em dezembro, além de uma redução de 35% nas despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa, de R$ 1,952 bilhão em 2010.
A instituição financeira explicou que a retomada econômica e o aumento do emprego formal possibilitaram a redução nas provisões. O indicador de inadimplência do banco – que considera atrasos entre 91 dias e 180 dias – cedeu de 1,1% em 2009 para 0,7% no ano seguinte.
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Com o forte crescimento dos resultados financeiros no ano passado, o Brasil se tornou a terceira operação mais rentável para o HSBC no mundo. A participação da filial brasileira no lucro bruto do banco foi de 5,6%, e só ficou atrás dos resultados das operações de Hong Kong e da matriz no Reino Unido. Em 2009, quando a fatia no lucro bruto era de 3,8%, o Brasil ocupava a quinta posição no ranking do banco.
Mundialmente, o HSBC registrou lucro líquido – desconsiderando os descontos de impostos – de US$ 19,037 bilhões, resultado 169% superior ao apresentado em 2009.
“No momento em que o banco inglês anuncia um lucro extraordinário no mundo e em suas operações no Brasil, seus trabalhadores mais uma vez amargam receber um dos piores salários do mercado e o menor pagamento de participação nos resultados, por conta do desconto dos programas próprios da PLR”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do HSBC.
“Isso sem contar o assédio moral constante pelo atingimento de metas que chegam a ser desumanas, ainda mais com a falta de trabalhadores nas agências e departamentos. Com essa situação, os casos de stress, síndrome do pânico, depressão e LER/Dort são constantes no banco e muitos bancários têm saído da empresa para buscar melhores condições em outros lugares – perda de pessoal que o banco não tem reposto. O movimento sindical há muito tempo vem cobrando do banco inglês que de fato valorize seus trabalhadores e até agora, nada aconteceu”, completa.
Reivindicações
No próximo dia 10 de março, em São Paulo, acontece uma reunião ampliada da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC. Os bancários vão discutir o pagamento da PLR e do PPR, o fechamento dos Secoms, a previdência complementar e a saúde dos trabalhadores do banco inglês.
Fonte: Contraf-CUT