Neste ano em que o Dia Internacional da Mulher completa 100 anos de existência, milhares de bancárias em todo o país estão tendo a oportunidade de conviver mais tempo com os seus bebês.
Neste ano em que o Dia Internacional da Mulher completa 100 anos de existência, milhares de bancárias em todo o país estão tendo a oportunidade de conviver mais tempo com os seus bebês. Quatro grandes bancos privados (Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC), cedendo à pressão do movimento sindical, aderiram entre janeiro e fevereiro ao Programa Empresa Cidadã, implementando na prática a ampliação da licença-maternidade de 120 para 180 dias. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal já haviam aderido ao programa em 2009.
“Além dos benefícios já muito discutidos com relação à amamentação, à saúde do bebê, à economia da família e o estreitamento do vínculo entre mãe e filho, existe um benefício ligado ao tempo disponibilizado a essa fase tão especial, os primeiros seis meses de vida do bebê”, disse a bancária Letícia Camilo (foto), funcionária do Banco do Brasil e mãe de Luiza, 9 meses, e Pedro, 2 anos.
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O direito de as mães bancárias permanecerem dois meses a mais com seus filhos recém-nascidos é uma das grandes conquistas da campanha nacional de 2009, após mais de uma década de luta da categoria que tem como bandeira a Igualdade de Oportunidades para todos nos bancos — e que hoje representa uma referência para todas as categorias de trabalhadores.
O tema da erradicação de todo tipo de discriminação e preconceito dentro dos locais de trabalho foi incluído pela primeira vez na pauta de reivindicações da categoria aos banqueiros em 1998, exatamente 30 anos depois que as mulheres começaram a ser admitidas como profissionais do sistema financeiro.
O primeiro banco a contratar mulheres como bancárias foi o Banespa, em 1968, seguido do Banco do Brasil, em 1971. Hoje as mulheres representam a metade da categoria bancária em todo o país.
A primeira cláusula sobre Igualdade de Oportunidades foi incluída na Convenção Coletiva dos Bancários em 2000, abrindo uma nova frente de luta que vem avançando desde então. A ampliação da licençamaternidade para 180 dias é um marcoimportante nessa caminhada, que não deve ser compreendida como uma conquista apenas das mulheresbancárias, mas de toda a sociedade, uma vez que esse período a mais permitirá um desenvolvimento saudável do bebê e dará segurança para a mãe quando retornar ao trabalho.
8 de março: 100 anos de luta dasmulheres por igualdade
A idéia de criar um dia internacional para celebraras lutas e conquistas das mulheres em todo o mundo completa 100 anos em 2010. Ela surgiu na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, em 1910, mas só foi concretizada em 1921, na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, em homenagem à iniciativa de operárias russas que neste dia fizeram uma greve geral contra a fome, a guerra e o czarismo — lutas que integraram o processo que culminou na Revolução Russa de 1917. A data foi oficializada a partir de 1922, simbolizando o conjunto de ações das mulheres que, cotidianamente, lutam por transformações no trabalho e na sociedade.
Pediatra explica os benefícios da licença-maternidade de seis meses
Em entrevista ao site Globo On, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Eduardo Vaz, falou sobre a importância da licença-maternidade de seis meses:
“A primeira grande vantagem é o vínculo que se estabelece entre a criança e a mãe. Hoje sabemos que um recém-nascido, nos primeiros anos de vida e principalmente nos primeiros seis meses, ao ser cuidado pela mãe tem um desenvolvimento cerebral muito mais adequado, que facilita seu aprendizado. A criança desenvolve o processo de gostar do outro. Passa a ser muito mais feliz, com saúde mental mais equilibrada, enfrenta melhor os estresses da vida. A segunda vantagem é proporcionar as condições para o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, como é recomendado. Isso é muito
importante para o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. A extensão da licença maternidade é essencial, tanto para saúde física como mental das crianças. Portanto, temos que lutar por isso, dar oportunidade para as mães amamentarem e cuidarem de seus filhos nesta fase inicial da vida, que é de fundamental importância.”
Foto: Guilherme Congra (Contraf-CUT)
Informações extraídas do Jornal dos Bancários (Contraf-CUT)