“Agências complementares” anunciadas pelo presidente do Banco do Brasil são, na verdade, uma rede de correspondentes bancários ilegais para tirar os pobres de dentro das agências.
O movimento sindical considera um absurdo o anúncio do Banco do Brasil de que pretende estar presente em todos os municípios brasileiros por intermédio das “agências complementares”, com o objetivo de “ficar mais próximo da população de menor renda”, conforme declaração à imprensa do presidente Aldemir Bendine.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira 7 pelo jornal O Estado de São Paulo, o dirigente do BB anunciou que o banco pretende, ainda em 2011, abrir 250 agências tradicionais, 250 “agências complementares” e 100 postos de atendimento.
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Bendine disse ao Estadão que esse é “um novo conceito de atendimento bancário”; que as “agências complementares” atuarão em conjunto com os correspondentes bancários; que essa foi a solução encontrada para levar o banco onde não há escala suficiente para abertura de uma agência, “que tem custo de instalação bastante elevado”; e que dessa forma o BB está contribuindo para aumentar a bancarização da população de baixa renda.
Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o que o presidente do BB está afirmando não condiz com a realidade dos fatos. “O que o banco está fazendo, na verdade, é criar uma rede de correspondentes bancários ilegais, com o objetivo de expulsar os pobres de dentro das agências, de forma a torná-las exclusivas dos clientes de alta renda, que é o foco do BB 2.0”, critica Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.
“Se o objetivo do BB fosse realmente o de bancarizar a população pobre, ele abriria postos de atendimento nas periferias das grandes cidades ou nos 1.645 municípios brasileiros que não possuem nenhuma agência bancária”, acrescenta Marcel. “Em vez disso, está instalando correspondentes perto, às vezes em frente ou do lado, de agências do BB, de forma a afastar os clientes de baixa renda. Em vez de incluir, com isso o banco está excluindo a população pobre.”
Fonte: Contraf-CUT