A 19ª Conferência Interestadual dos Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo foi aberta na sexta-feira (14/07), no auditório do Sindicato carioca e continuou no sábado no Centro de Convenções do Produgy Hotel, no Rio, com um dia de palestras e discussões. Os debates centraram na necessidade de unidade da classe trabalhadora e na busca das formas de organização e comunicação com o povo brasileiro para enfrentar os impactos das reformas impostos pelo governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional.
Para discutir as reformas e seus impactos os debatedores deputado federal Glauber Braga, deputado estadual Gilberto Palmares e o vereador da cidade do Rio, Vereador Reimont, fizeram um panorama do cenário atual e as possibilidades de reversão pela classe trabalhadora. A unidade dos trabalhadores foi novamente destacado como a principal arma para barrar a perda de direitos.
A mesa sobre a reforma trabalhista na 19ª Conferência Interestadual dos Bancários do RJ e ES apontou os direitos que podem ser rebaixados e prejudiciais para a categoria bancária. Questões como jornada de trabalho sem controle, terceirização da atividade fim e o banco digital e o teletrabalho e o esvaziamento do poder sindical que estão relacionados à diminuição do emprego bancário apontados pelo Dieese.
Para o deputado federal Wadih Damous a reforma trabalhista promove o sucateamento de direitos e massacra a justiça do trabalho. Sobre o trabalho intermitente o deputado indicou um filme que retrata bem a situação do trabalhador com a mudança. O nome do filme é Eu, Daniel Blake. Veja uma matéria sobre o filme clicando no link
https://www.cartacapital.com.br/…/201ceu-daniel-blake201d-o…
Danous acredita que a reforma trabalhista vai levar muito trabalhador para psicanalistas e psiquiatras diante da gravidade e profundidade das mudanças negativas.
Bancários atingidos
O presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, disse que a condenação de Lula tem como objetivo não apenas tirar o líder das pesquisas de intenção de votos da eleição em 2018, mas tirar a atenção das pessoas dos efeitos perversos da reforma trabalhista.
“Não foi por acaso que o juiz Sérgio Moro decidiu pela condenação de Lula no mesmo dia em que foi aprovada a reforma no Senado, foi tudo combinado. Criaram um fato político, por via de uma condenação baseada em argumentos vazios, sem nenhuma prova, para tirar o foco dos efeitos perversos da reforma, para não levarmos este debate para a sociedade”, afirma.
A vice-presidenta da Contraf-CUT e diretora executiva da CUT Nacional, Juvandia Moreira, também criticou a decisão de Moro. “Estamos vivendo uma ditadura, a politização do poder judiciário, um atentado à nossa democracia”. A sindicalista atacou a precarização do trabalho imposto por Temer.
“Esta reforma regulariza o bico, precariza o trabalho e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho. A empresa pode ‘pejotizar’, terceirizar, sem a presença dos sindicatos para negociar. Ninguém mais vai receber hora extra. Extinguiram a incorporação de função, que atinge em cheio, por exemplo, os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que depois de dez anos de trabalho tinham este direito”, denunciou.
Unidade dos trabalhadores
O presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), Nilton Damião, o Niltinho, destacou a presença dos 13 sindicatos e dos bancários de base na Conferência. Defendeu ainda a reforma política, criticando as reformando trabalhista e da Previdência e lembrou que os bancos já estão se antecipando à nova legislação que retira direitos. “A Caixa, o BB e o Bradesco estão implementado PDVs (Planos de Demissão Voluntária) e isso já é o início da terceirização e da pejotização, que é demitir para contratar mão-de-obra precarizada”, disse.
Representantes das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP Conlutas defenderam a unidade da classe trabalhadora para enfrentar o maior ataque aos direitos trabalhistas da história do país.
Fonte: Seeb-Nit com Seeb-Rio