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Bancárias terão programa de prevenção à violência doméstica contra a mulher

Publicado em Notícias Quinta, 12 Março 2020 11:04

No mês das mulheres, as bancárias conquistaram um importante avanço na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Comando Nacional dos Bancários, que representa o Sindicato, e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) assinaram, nesta quarta-feira (11/03), um aditivo à CCT que dá as diretrizes para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, que também garante o apoio àquelas que forem vítimas.

 

Por reivindicação da categoria bancária, a proposta vinha sendo negociada desde março de 2019. Na reunião de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenaban, ocorrida em fevereiro de 2020, os bancos aceitaram a criação do programa.

 

Dados do relatório extraído do Sistema de Acompanhamento do Informações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 2018 foram registrados 820 cláusulas que tratam o tema “violência contra a mulher”.

 

Pesquisas apontam que, no Brasil, mulheres vítimas de violência costumam se ausentar do trabalho, em média, por 18 dias. E as bancárias não estão imunes a isso. Muitas vezes podem precisar faltar ao trabalho e acabam perdendo produtividade e sendo punidas até com demissão.

 

Esse aditivo visa, além de dar o apoio e proteção às bancárias, garantir que no setor bancário não haja mais a punição às vítimas de violência e que as bancárias sejam acolhidas.

 

A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, atendimento psicológico e social são algumas das políticas que os trabalhadores e trabalhadoras esperam que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica.

 

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida por um homem e sobrevive. Mas, muitas delas morrem. Segundo o Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil.