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Sindicato paralisa duas agências do Santander por 24 horas

Publicado em Notícias Quinta, 23 Maio 2013 21:00
Unidades fechadas estão localizadas no Bairro de Icaraí, em Niterói, e protesto fez parte do Dia Internacional de Lutas. Assédio moral e demissões são alvos de ataques dos sindicalistas.
O Sindicato dos Bancários de Niterói paralisou por 24 horas duas agências em Icaraí. os problemas denunciados pelos sindicalistas são assédio moral e demissões praticados pelo banco em todo país. Uma unidade do segmento Select recém-inaugurada também foi fechada. Ambas são unidades de grande visibilidade para o público e valorizadas pelo banco. Elas ficam localizadas na Rua Gavião Peixoto, local de grande movimento no bairro. Diretores do Seeb-Niterói, permaneceram durante todo o dia nas portas das agências. Os bancários realizam nesta quinta-feira (23) um Dia Internacional de Luta contra as práticas antissindicais do Santander. A mobilização foi definida no último dia 7, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção. Haverá manifestações no Brasil e outros países da América Latina. O objetivo é protestar contra a estratégia do banco de entrar com ações judiciais contra entidades sindicais para tentar calar o movimento sindical. Uma nova carta aberta está sendo distribuída aos clientes e usuários do banco. No final de abril, o banco ajuizou processos, com igual teor, em São Paulo, Campinas, Assis, Araras e Catanduva, buscando a condenação de sindicatos e da Contraf-CUT "em indenização por danos morais, além da obrigação de fazer e não fazer". O ajuizamento ocorreu após o Dia Nacional de Luta, realizado no dia 11 de abril, quando houve paralisações em todo país e distribuição de uma carta aberta que denunciava a falta de funcionários diante das demissões, além da prática de metas abusivas e do assédio moral. O banco acusa as entidades de "promoveram a edição de notícias inverídicas e comentários difamatórios, revelando induvidosa má-fé e inegável intenção de deturpar a imagem, reputação e o bom nome do requerente junto aos seus clientes e à sociedade em geral". Não foi a primeira vez que o banco tenta intimidar os trabalhadores. Em agosto de 2011, o Santander entrou com uma medida cautelar na Justiça contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Afubesp, a Fetec-CUT/SP e a Contraf-CUT para que fosse retirado do ar o spot veiculado na Rádio CBN na véspera da final da Copa Libertadores, entre Santos e Peñarol, em São Paulo. Naquela ocasião, as entidades denunciaram as demissões de bancários brasileiros, os elevados bônus pagos aos executivos e o desrespeito com os aposentados do antigo Banespa, adquirido pelo Santander. As quatro entidades foram condenadas a pagar uma indenização de R$ 1,5 milhão em primeira instância, mas recorreram da decisão judicial. "Não aceitamos a tentativa de calar o movimento sindical" "Trata-se de mais uma prática antissindical do Santander que agride a organização dos bancários de todo Brasil", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. "Vamos entrar com todas as medidas judiciais cabíveis e intensificar a mobilização da categoria para defender o direito de expressão das entidades sindicais na luta por emprego, condições dignas de saúde, segurança e trabalho, e melhoria do atendimento aos clientes", enfatiza. "O Santander deveria apostar no caminho do diálogo e da negociação coletiva. Não aceitamos a tentativa de calar o movimento sindical", salienta Cordeiro. O Santander continua dispensando trabalhadores em 2013, mesmo depois do processo de demissões em massa em dezembro do ano passado, quando o banco espanhol demitiu sem justa causa 1.153 funcionários e cortou 975 empregos. Nos primeiros quatro meses deste ano, conforme levantamento feito pela Contraf-CUT junto aos sindicatos, o banco espanhol dispensou 878 funcionários, principalmente coordenadores. Esse número, embora parcial, supera o total de 765 desligados nos primeiros quatro meses de 2012, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e Emprego. "Não existe justificativa para demitir funcionários diante do lucro de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano no Brasil, que representa 26% do resultado mundial do Santander", enfatiza o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "Essa realidade prejudica a saúde e o trabalho dos bancários e o atendimento na rede de agências. Não é à toa que o banco liderou em abril, pelo terceiro mês consecutivo, o ranking de reclamações de clientes no Banco Central", aponta. Na Espanha, que passa por grave crise financeira e onde o banco obtém hoje 11% do lucro global, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. Lá, quase não há demissões no banco e um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho. Fonte: ContrafCut, FEEB RJ/ES com Seeb-Niterói