A Federação aproveitou a realização de seu Congresso Ordinário não eleitoral, no último dia 28, para fazer um debate sobre previdência com a presença de José Ricardo Sasseron, vice-presidente da Anapar e ex-diretor da Previ, e o economista Jardel Leal, do Dieese-RJ. Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, e Carlos Souza, vice-presidente, fizeram uma breve passagem para saudar os congressistas. Cordeiro ressaltou que o debate sobre previdência é de extrema importância porque, com a aposentadoria, a redução da renda do bancário é grande, já que ele perde o plano de saúde, os tíquetes e outras verbas. “Ainda falta cultura previdenciária à maioria dos bancários. É preciso que os dirigentes se capacitem não só para intensificar o diálogo com a categoria, mas também para rediscutir e buscar a modificação do modelo dos fundos de pensão de alguns bancos”, destacou o presidente da Contraf-CUT. José Ricardo Sasseron começou a discussão questionando se há mesmo necessidade de se fazer uma reforma na previdência. “Se olhar os números, não. Reforma na previdência é necessária quando falta dinheiro. Mas não falta. O governo gasta R$ 451 bilhões por ano em seguridade social, é o maior gasto do governo federal. Mas essa receita não vem só de contribuições ao INSS recolhidas em folha. Aí entram também o Confins, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e o FAT. Em 2011 esse montante chegou a R$ 521 bilhões, sobrou dinheiro”, explica Sasseron. Segundo o vice-presidente da Anapar, a grande questão é que no Brasil somente 56 % da população economicamente ativa está no mercado formal de trabalho, contribuindo para a Previdência. “A grande reforma que tem que acontecer é o aumento do número de empregos formais e da formalização. Porque, no sistema da previdência, não há poupança, nem nenhum tipo de reserva; é o trabalhador da ativa, que contribui todo mês, que financia o benefício de quem está aposentado”, esclarece. Sasseron ainda ressaltou que a criação dos sistemas Simples e Super Simples aumentou a formalização. “O microempresário passou a contribuir sobre o lucro, e isso barateou o custo para ele, mas trouxe muitos trabalhadores para dentro do regime geral de previdência”, ressaltou. Quanto à polemica do fator previdenciário, Sasseron é enfático em defender sua extinção, com a adoção da fórmula 95/85. “A chance do Congresso aprovar e a presidenta sancionar o fim do fator previdenciário é nula. A fórmula que soma tempo de contribuição e idade é uma solução, porque afasta a possiblidade de uma outra proposta de reforma da previdência que pode ser ainda pior que o fator previdenciário ou a idade mínima”, pondera o bancário. Famílias mudando Jardel Leal iniciou sua fala destacando a mudança do perfil das famílias brasileiras. Se, antes, havia a predominância de lares com famílias nucleares – pai, mãe e filhos, em geral três ou mais – hoje o que se tem é várias famílias nucleares convivendo nos limites do mesmo imóvel, por dificuldade dos jovens sustentarem uma casa, e a redução do número de filhos por mulher. Com isso, acontece o envelhecimento da população, que tem impacto na previdência. “Se a saúde e a educação públicas fossem eficientes, quanto isso aliviaria o custo das famílias, viabilizando o aumento do número de filhos?”, especula. Além disso, as unidades habitacionais com mais de uma família acabam acirrando conflitos. “Por trás dos números, há os dramas”, resume Jardel. O que vemos hoje, como consequência de crises do passado, é um mercado de trabalho instável e salários baixos. “Se melhorarem as condições de trabalho e remuneração, mudará o mercado de trabalho e, por consequência, a previdência”, resume Jardel. Curso O Curso sobre Previdência em dois módulos, promovido pela Federação, terá o primeiro segmento nos dias 05 e 06 de dezembro. O formador será José Ricardo Sasseron. As inscrições vão até a próxima sexta-feira, dia 30, e podem ser feitas até a próxima sexta-feira, dia 30, pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. . O investimento é de R$ 200, com direito a material didático, café e lanche. Mais informações pelos telefones (21) 3974-7100 e (21) 8220-1651. Fonte: Da Redação - FEEB-RJ/ES Follow @bancariosnit > Curta a amizade do Sindicato no Facebook. > Acompanhe as notícias em tempo real no Twitter. > Comunique-se com o Sindicato no Orkut. > Assista a vídeos dos bancários no Youtube. > Veja fotos sobre os bancários no Picasa. > Receba as notícias sobre os bancários no celular.