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Marolinha na economia, lucro tsunami no BB

Publicado em Notícias Sexta, 26 Fevereiro 2010 21:00
Lucro de R$ 10,15 bilhões em 2009 significativa uma lucratividade 52% maior no 2º semestre, mas PLR, que deve ser paga dia 10, terá aumento de cerca de 35%. Resultado foi o maior da História.
Dia 25, o Banco do Brasil anunciou seu lucro em 2009: R$ 10.150.000.000,00 ou, simplesmente, R$ 10,15 bilhões. Tente imaginar!... É como se você ganhasse 195 vezes uma Mega-Sena igual à daquele ganhador assassinado em Rio Bonito, que recebeu 52 milhões de reais ou R$ 52.000.000,00. Em meio ao tsunami da crise financeira internacional, iniciada em 2008, o BB confirmou a previsão do presidente Lula, ridicularizada por muitos, de que, no Brasil, tudo não passaria de uma marolinha. > Receba as notícias sobre os bancários no celular. > Acompanhe as notícias do Sindicato no Twitter. > Comunique-se com o Sindicato no Orkut. > Assista a vídeos dos bancários no Youtube. > Veja fotos sobre os bancários no Picasa. No Banco do Brasil, não houve nem marolinha. Ao contrário, houve um tsunami de lucro: o maior de toda a história dos bancos brasileiros. Nos últimos quatro anos, o BB só não foi o maior banco do Brasil em 2007. Muitos também não acreditaram que, diante da crise, ao contrário da cartilha neoliberal, uma das saídas fosse reduzir os juros e ampliar o crédito, como defendia o governo petista. Nem o ex-presidente do Banco do Brasil acreditava. Também deve ter dito “Não acredito!”, quando foi demitido. Agora, todos sabem que um dos pilares do resultado do banco foi o aumento do crédito à Pessoa Física (88,1%) e o financiamento de veículos (209,8%). O crédito no BB aumentou 33,8%, enquanto o da concorrência cresceu 14,5%. Ao invés de pedir empréstimos externos, o governo Lula estimulou os empréstimos internos, a economia nacional. Quem tirou o Brasil da crise foram os brasileiros, sustentavelmente, e não o FMI ou o Banco Mundial, superficialmente. E, pasmem: o índice de inadimplência caiu no Banco do Brasil! Na comparação com o 1º semestre de 2009, o lucro aumentou mais de 52% no semestre passado. Mas esse percentual não incidirá sobre a PLR, pois 12 mil novos colegas da Nossa Caixa, cerca de 13% do quadro, também participarão da distribuição, o que projeta uma PLR cerca de 35% maior que a anterior. A razão disso é que o lucro da Nossa Caixa também foi somado ao do Banco do Brasil. Mas pode haver diferenças distintas desse percentual projetado, que deve ser pago dia 10 de março, pois a PLR é composta de quatro verbas. Três delas, todos recebem: 45% do salário bruto da função oficial + R$ 512 fixos + 4% do lucro líquido do 2º semestre (R$ 6,14 bilhões), algo em torno de R$ 2.360 para cada um. A quarta verba é uma decisão unilateral da Direção do banco, o Módulo Bônus, do qual estão fora escriturários e caixas. Assim, a Direção pode valorizar mais ou menos um ou outro segmento do funcionalismo. No último semestre, Asneg’s e gerentes de contas foram desvalorizados no Módulo Bônus para que funções superiores não tivessem sua PLR reduzida, pois o lucro do 1º semestre 2009 foi cerca de 6% menor que o do 2º semestre 2008. “O maior lucro da História dos bancos brasileiros comprova como, à custa de muito sacrifício e adoecimento, os colegas do BB se desdobram para bater metas impostas pela Direção. A mesa de negociação do PCCS (Plano de Carreira, Cargos e Salários) é o lugar para que essa Direção reconheça esse esforço e atenda as reivindicações dos funcionários. Com um lucro deste, se a proposta do banco de novo PCCS não for digna, não será por falta de dinheiro, mas por falta de vergonha na cara”, comentou Marcelo Quaresma, sindicalista do BB em Niterói e Região e diretor da Anabb (Associação Nacional dos Funcis do BB), no Estado do Rio.