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Racismo em porta de banco

Publicado em Notícias Quinta, 12 Novembro 2009 22:00
Teste de produtores culturais do Circo Voador: branco passa em cinco segundos com mochila no Itaú do Rio. Negro, com a mesma mochila, não entra nem tirando a camisa. Veja o vídeo.
O Núcleo Audiovisual do Circo Voador realizou um vídeo (abaixo) que está correndo a Internet com um flagrante inegável do racismo nas portas dos bancos. Um produtor cultural que atua no Circo, branco, dirigiu-se à agência Lapa do Itaú com uma bolsa onde levava vários objetos de metal e um aparelho celular. Ele entrou rapidamente, passando pela porta giratória sem problemas. Quando saiu, passou a mesma bolsa, sem alterar o conteúdo, para um artista negro, que tentou entrar na unidade e foi impedido. Depois de esvaziar a bolsa na caixinha ao lado da porta e ser obrigado a tirar a camisa, o rapaz desistiu de entrar no banco. A experiência lançou o Manifesto Porta na Cara, contra o racismo praticado pelos bancos, que selecionam quem entra nas agências com base em critérios preconceituosos. No site do Circo Voador (aqui) é possível encontrar textos explicativos e a petição online do Manifesto. > Receba as notícias sobre os bancários no celular. > Acompanhe as notícias do Sindicato no Twitter. > Comunique-se com o Sindicato no Orkut. > Assista a vídeos dos bancários no Youtube. > Veja fotos sobre os bancários no Picasa. As imagens foram feitas à distância e nenhum funcionário do banco ou da equipe de vigilância sabia que estava acontecendo uma filmagem. No blog do Circo Voador, os produtores do vídeo explicam que filmaram vários rapazes negros e brancos e que os dois escolhidos para a edição final foram selecionados porque, durante a filmagem, não houve nenhuma interferência nas imagens, como pessoas ou carros passando na frente da câmera. Caso trágico Vale lembrar que, às vésperas do Natal de 2006, um cliente do Itaú, negro, foi barrado na porta da agência na esquina de Av. Rio Branco com Rua São José e acabou morto, baleado pelo vigilante. Entidades do movimento negro classificaram a situação como um ato de racismo, apesar do vigilante também ser negro. Os ativistas entendem que o funcionário da segurança cumpre ordens, explícitas ou veladas, de impedir a entrada de indivíduos “de aparência suspeita”. Nesta classificação se encaixam os afrodescendentes e pessoas com vestimentas humildes. Fonte: Unidade/Feeb-RJ Imagens: Núcleo Audiovisual do Circo Voador Música: banda Aumumana