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HSBC mente e demite

Publicado em Notícias Quarta, 18 Março 2009 21:00
Após 6.100 demissões nos EUA, o banco inglês afirmou que não haveria demissões no Brasil, mas o lucro de 2008, recorde nos 11 anos do HSBC aqui, não foi o suficiente para evitar o fechamento de cerca de 50 agências e a demissão de mais de 200 brasileiros.
No início de março, a direção internacional do HSBC anunciou um lucro mundial de US$ 5,73 bilhões, mais de 13,5 bilhões de reais, 70% menor que o resultado de 2007. Em razão dessa perda de lucratividade, o que não significa prejuízo, foram anunciadas 6.100 demissões de funcionários do HSBC nos Estados Unidos, onde o banco inglês prometeu fechar todas as unidades de atendimento externo, de varejo. No Brasil, origem de quase 10% desse lucro mundial, R$ 1,35 bilhões, o HSBC apresentou um crescimento de 9% e o maior lucro da História do banco inglês em 11 anos no País, daí a direção nacional vir a público garantir que não haveria demissões por aqui. A mentira durou apenas alguns dias. Esta semana, o HSBC anunciou o fechamento em 30 dias de mais de 50 agências por todo o Brasil e, em razão disso, já demitiu cerca de 200 bancários brasileiros, a maioria com mais de 20 anos de banco, em licença de saúde ou com estabilidade por estarem a menos de dois anos da aposentadoria. No Estado do Rio, 12 agências serão fechadas, sem nenhum critério social, e 70 funcionários demitidos imotivadamente, independente de seus desempenhos pessoais. Em Niterói, serão fechadas duas agências e 15 funcionários foram demitidos. No Rio, serão quatro agências e 20 funcionários já estão na rua. A pior situação foi a da Baixada Fluminense, que terá cinco de suas 12 agências fechadas e teve 35 bancários mandados embora. Houve ainda o fechamento de uma agência em Angra dos Reis. Em Niterói e Região, o caso mais grave foi o fechamento da agência central de São Gonçalo, desrespeitando a população da cidade, uma das maiores do Brasil, o que já foi denunciado à Prefeitura local, que promete notificar o banco, exigindo explicações. "O banco aproveitou-se da crise mundial para enxugar seus custos, o que seria desnecessário no Brasil, em virtude do lucro recorde. A medida irresponsável deixou os funcionários inseguros sobre seu futuro e o mercado na incerteza sobre o futuro do banco no Brasil", comentou Rubens Branquinho, sindicalista do HSBC em Niterói e Região.