Neste mês de outubro, o fechamento de vagas no setor bancário foi mantido pelo 11º mês consecutivo, segundo a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), realizada pela Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A pesquisa tem por base os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Apesar de terem sido extintas 5.982 vagas, de outubro de 2022 a agosto de 2023, o ritmo de fechamentos tem diminuído desde junho. A redução de vagas, este ano, passou de 5,4 mil, enquanto nos últimos 12 meses chegou aos 5,8 mil.

Segundo a PEB, em agosto, os bancos comerciais, os múltiplos sem carteira comercial e a Caixa ampliaram em 313 vagas, sendo 265 só da Caixa. Já os bancos múltiplos com carteira comercial - maior parte dos bancos privados e o Banco do Brasil - fecharam 341 vagas.

Em 18 das 27 unidades da federação ocorreram mais contratações que demissões, com destaque para Bahia (115 vagas), Rio de Janeiro (66) e Amazonas (35). Em nove estados houve mais demissões do que contratações, com destaque para São Paulo (564), Minas Gerais (86) e Paraná (11). Só em São Paulo, o número de postos fechados passou de 2,9 mil. Isso significa 53,7% do saldo negativo do país inteiro.

Idade e sexo

A pesquisa apontou ainda que o resultado negativo foi registrado entre as mulheres, com 187 vagas fechadas. Já entre os homens, houve abertura de 141 vagas. A contratação de homens foi 10,7% superior à de mulheres, e os desligamentos ficaram 7,6% maior entre elas.

A maior proporção de contratados foi entre homens de até 29 anos (29,5%), seguido de mulheres dessa mesma faixa (26,6%). As demissões foram mais acentuadas para mulheres acima de 30 anos (35,1%), seguida por homens acima de 30 anos (35,1%). Acima dessa faixa etária foram fechadas 1.076 vagas.

Outro destaque importante na pesquisa foi a questão da remuneração. O salário mensal médio do bancário admitido em agosto foi de R$ 5.249, que significa apenas 72,78% do salário do bancário demitido.

Para o secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, “os números mostram uma tendência já conhecida, que é um sinal de alerta para a categoria, pois a eliminação de postos de trabalho tem ocorrido de maneira generalizada, em todas as áreas”.

Segundo Walcir, os principais bancos caminham no sentido contrário da geração de emprego e renda, com políticas de fechamento de agências, terceirização e demissão de trabalhadores, ao mesmo tempo em que apresentam balanços bilionários, com alta lucratividade, drenando para os seus cofres boa parte da riqueza socialmente produzida”.

Já no ramo financeiro, a pesquisa mostra que, tirando a categoria bancária, em agosto houve a abertura de 2.255 postos. Nos últimos 12 meses, foram criadas 15,8 mil vagas, média de 1,3 mil por mês. As atividades que mais contrataram foram plano de saúde (869), crédito cooperativo (821) e administração de cartões de crédito (159).