Sexta, 17 Maio 2024

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Bancários denunciam falta de condições de trabalho no BB e na Caixa

Publicado em Bancos Terça, 07 Dezembro 2021 15:22

 

Bancárias e bancários, organizados por sindicatos da categoria de todo o país, realizaram, nesta terça-feira (7) um Dia Nacional de Luta em defesa do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de seus empregados.



“Nosso principal objetivo foi o de denunciar as precárias condições de trabalho em ambos os bancos, que reduzem o quadro de pessoal, sobrecarregam os trabalhadores, estabelecem metas desumanas, abusivas, e promovem o assédio institucional, o que acaba levando muitos ao adoecimento”, disse a coordenadora do Grupo de Trabalho de Defesa dos Bancos Públicos e secretária de Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes.

 

“Mas, também mostrar que toda esta situação acaba por prejudicar o atendimento à população e exigir mais contratações, para repor o quadro, reduzir a sobrecarga de trabalho e melhorar o atendimento à população”, completou Fernanda, que também é funcionária do BB e representa a Contraf-CUT nas negociações com o banco.



Nos últimos anos, tanto a Caixa quanto o Banco do Brasil vêm sofrendo com a redução de pessoal, fechamento de agências e a venda de áreas importantes e altamente lucrativas para a iniciativa privada, o que prejudica o atendimento diário à população, mas sobretudo a atuação dos bancos como um todo.

 

Falta de reconhecimento

 

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, ressaltou a falta de reconhecimento do trabalho realizado pelos trabalhadores. “A falta de reconhecimento é um ponto comum em todos os bancos e, mais do que isso, por todos os patrões”, observou. Ela ressaltou, porém, que a Caixa implantou, sem negociação com as representações sindicais, uma ferramenta chamada de “curva forçada” que, independente do resultado obtido, classifica 5% dos empregados como “não atende”. “Eles são punidos com a não evolução no plano de cargos e salários (PCS), por exemplo, o que significa perda de remuneração e de possibilidade de evolução na carreira”, explicou Fabiana, que também é secretária de Cultura da Contraf-CUT.

 

Redes sociais

As redes sociais também foram “invadidas” pela hashtag #ProcuramosNoBBeCaixa para denunciar a falta de condições de trabalho nos maiores bancos públicos do país.



“A ideia foi a de mostrarmos que o respeito e a valorização dos trabalhadores é cada vez mais um artigo raro nos bancos públicos, assim como está ficando raro encontrar empregados para realizar o atendimento que a população merece”, disse a coordenadora da CEE/Caixa. “O que sobra é mesa vazia, é assédio dos gestores aos seus subordinados, é cobrança de metas abusivas”, completou.

 

A luta continua

 

Fabiana disse ainda que as atividades realizadas nesta terça-feira devem continuar até que o banco reconsidere a posição de querer implementar a “curva forçada” no programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), que já recebia crítica dos empregados mesmo antes do acréscimo da “curva forçada”. “A GDP, que também foi implementada sem negociação com os empregados, já era ruim pois se utiliza de critérios subjetivos para avaliar o desempenho dos trabalhadores. Mas, com esse novo mecanismo implementado, se torna inaceitável. Trata-se de uma ferramenta anacrônica, que foi aposentada até pelas empresas privadas nos anos 1980, por não ser capaz de levar ao desenvolvimento profissional e de desempenho das pessoas. E, pior do que isso, o banco confessou que decidiu usá-la para fazer com que os gestores avaliem os empregados sem serem tão ‘bonzinhos’”, completou a coordenadora da CEE/Caixa.