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FSM 2021: bancos públicos foram fundamentais no combate à pandemia

Publicado em Bancos Segunda, 01 Fevereiro 2021 17:21

 

Durante a realização do Fórum Social Mundial (FSM), que aconteceu na última semana de janeiro de 2021, foi debatido a importância dos bancos públicos enquanto fundamentais para amenizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.. Vale lembrar que tanto a Caixa Econômica Federal quanto o Banco do Brasil foram importantes para a mitigação dos efeitos econômicos da Covid-19.

 

Apenas a Caixa atendeu mais de 100 milhões de brasileiros por meio do pagamento dos auxílios emergenciais, enquanto o Banco do Brasil foi a instituição financeira que mais concedeu crédito para as micro e pequenas empresas. O debate da importância das duas instituições foi feito no painel "A Defesa da Caixa e do Banco do Brasil frente aos ataques neoliberais do governo Bolsonaro".

 

"O Brasil tem sorte de contar com bancos públicos, mas há uma política intencional do governo Temer, e agora do governo Bolsonaro de enfraquecê-los para fortalecer os privados, por meio da redução da captação; do enfraquecimento do BNDES; de planos de demissão", pontuou o economista Sérgio Mendonça, do site Reconta Aí, durante o painel. Ele enumerou, ainda, a atuação e os efeitos diferenciados dos bancos públicos na economia e na sociedade.

 

Uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Ivone Silva lembrou que instituições bancárias públicas, como a Caixa e o BB, são importantes até mesmo para redução das desigualdades sociais. "Nós conversamos com bancários e clientes do Brasil inteiro e sabemos como é importante, principalmente agora, por causa da pandemia, ter agências também nos municípios menores e mais isolados do país", pontuou.

 

"Aposentados de muitos municípios precisam viajar duas, três horas para poder sacar a aposentadoria, porque moram em cidades que não têm nenhuma agência. E sob o governo Bolsonaro isso está piorando, porque o projeto dele é fechar mais agências, e enfraquecer o papel dos bancos públicos, os únicos que fazem o papel social, já que privados não cumprem esta função", disse. Vale lembrar que várias cidades do país só contam com agências do Banco do Brasil e da Caixa.

 

Outro ponto a se destacar foi a função social desenvolvida pelo Banco do Brasil no apoio a micro e pequenas empresas na pandemia. Foram R$ 6,6 bilhões em crédito para 110 mil micro e pequenas empresas por meio do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). "Os bancos privados vislumbram o lucro imediato, e os públicos desempenham papel social, e nem por isto deixam de ter lucro", pontuou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do Banco do Brasil, João Fukunaga.

 

Vale lembrar que, apesar de ser fundamental para a economia, a equipe econômica de Bolsonaro quer realizar mais cortes na estrutura do BB e fechar 361 unidades no país (112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento), além da demissão de 5 mil bancários e descomissionamento de centenas de funções.

 

Já o membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, pontuou que a Caixa é o único banco que paga benefícios sociais. "A relação da sociedade com a Caixa, que já era grande por conta do FGTS, e de programas como Minha Casa Minha Vida, se aprofundou mais com o pagamento do auxílio-emergencial e a bancarização de 100 milhões de pessoas invisibilizadas pelo setor financeiro. A pandemia e a crise mundial reforçaram o entendimento de que sem os bancos públicos não tem como melhorar a situação econômica", destacou.