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Mais de 100 estelionatos por mês

Publicado em Notícias Segunda, 27 Dezembro 2010 22:00
O jornal O Fluminense informa sobre a insegurança nas agências bancárias de Niterói: são mais de 100 registros de estelionato por mês na cidade, e os idosos costumam ser as principais vítimas.
O jornal O Fluminense também fez uma reportagem sobre a insegurança nas agências bancárias de Niterói e Região. São mais de 100 registros de estelionato por mês só em Niterói, e os idosos costumam ser as principais vítimas. O jornal informa dicas de policiais para não cair na lábia dos golpistas. A publicação ouviu aposentados, policiais e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que alegou que as instituições financeira investem bilhões de reais em segurança. Se for verdade, estão investindo muito mal. Os principais golpes aplicados, segundo O Fluminense, são sequestro-relâmpago, recadastramento de dados, máquina que "engole" cartão, troca de cartão, telefone da agência e bilhete premiado. > Acompanhe as notícias em tempo real no Twitter. > Comunique-se com o Sindicato no Orkut. > Assista a vídeos dos bancários no Youtube. > Veja fotos sobre os bancários no Picasa. > Receba as notícias sobre os bancários no celular. Veja a reportagem de O Fluminense na íntegra (original aqui): Idosos são as vítimas preferidas dos golpistas Por: Fernanda Pereira, 26/12/2010 De acordo com a polícia, eles são as maiores vítimas dos mais de 100 registros mensais de estelionato em Niterói. Maioria desses casos acontece em portas de agências bancárias Em Niterói são registradas, em média, mais de cem ocorrências de estelionato por mês, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do estado. A maioria desses casos acontece em portas de agências bancárias, onde quadrilhas costumam aplicar golpes e convencer usuários a entregarem quantias em dinheiro, cartões e senhas. Segundo a polícia, esses criminosos possuem um critério comum na escolha das vítimas: os idosos costumam ser os principais alvos. “Há muito tempo identificamos que os criminosos preferem atacar pessoas com mais de 60 anos ou de baixo grau de instrução. Normalmente elas fazem serviços bancários sozinhas e, ingênuas, costumam cair na conversa do bandido. As histórias são muito convidativas e quando a pessoa percebe, já foi lesada”, explica Luiz Antônio Businaro, delegado titular da 76ª DP (Centro), bairro onde ocorre maior incidência de ocorrências desse tipo devido à maior concentração de agências bancárias. Mas o perigo também assola a Zona Sul da cidade. Entre agosto e início de novembro, a 77ª DP (Icaraí) contabilizou 20 ocorrências de golpes aplicados na saída de bancos, incluindo sequestros-relâmpagos. Em mais de 50% dos casos as vítimas possuíam idade próxima ou superior a 60 anos. Os prejuízos financeiros costumam variar entre R$ 3 mil e R$ 40 mil. Estudo feito pelos investigadores da 77ª DP (Icaraí) detalha a forma de atuação dessas quadrilhas. Existem casos em que o mesmo estelionatário faz mais de uma vítima no mesmo dia e na mesma agência bancária. Os bandidos costumam se passar por funcionários do banco e até utilizam algumas ferramentas da instituição como o telefone de informações disponibilizados nos caixas 24 horas. Foi dessa forma que aposentada Vera Maria de Almeida, de 61 anos, quase perdeu seu pagamento no mês passado. Enquanto estava na fila do caixa, uma jovem sondou o que ela tinha ido fazer no banco. “Ela perguntou se eu era aposentada, se estava ali para receber o pagamento, se era mais de um salário. Eu res-pondi as perguntas dela sem perceber que estava falando com uma ladra. Depois que saí, percebi que ela veio atrás de mim com um homem. Eles me encurralaram e pediram a bolsa. Mas ao invés de entregar eu gritei, chamando a atenção das pessoas e eles fugiram”, contou. O também aposentado Manoel Minhões, de 80, conta que foi abordado algumas vezes por pessoas querendo conversar na saída de sua agência, mas por estar atento às histórias relatadas com frequência pela mídia, não costuma dar conversa. “Se a gente pisca eles atacam. Então eu prefiro não dar a oportunidade. Já ouvi muitas histórias de pessoas que passam seus dados ou entregam o dinheiro na mão dos bandidos. Eu não dou mole”, garantiu. Para o delegado Antônio Businaro, simples medidas de segurança podem garantir a integridade dos usuários. Ele sugere que os bancos disponibilizem funcionários para atuar nos terminais eletrônicos junto aos idosos. “Às vezes, a presença de um bancário de apoio, inibe a ação dos criminosos”, declarou. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirma que as instituições investem anualmente bilhões de reais em sistemas de segurança física e eletrônica para garantir a tranquilidade de seus clientes e colaboradores, e que trabalham em parceria com governos, polícia e Poder Judiciário, para combater os crimes e propor novos padrões de proteção. Entretanto, alerta que os próprios usuários devem ficar atentos e adotar, sempre que possível, medidas de segurança. Conheça alguns dos golpes mais aplicados Sequestro-Relâmpago No último dia 5 de agosto, uma aposentada de 73 anos foi abordada na Rua Ministro Otávio Kelly, em Icaraí, por uma mulher que alegava ter feito o filho dela refém. Ela foi levada para a Barra da Tijuca, no Rio, e obrigada a fazer saques e empréstimos no total de R$ 40 mil. Após investigação que durou quinze dias, policiais da Delegacia de Dedicação Integral do Cidadão (Dedic) de Icaraí prenderam a suspeita, a empresária Flávia Machado Pinheiro, de 35 anos e o homem que seria seu comparsa, José Paulo Nunes de Lima. Mas o dinheiro ainda não foi recuperado pela idosa. Recadastramento de dados No dia 6 de setembro, um idoso de 67 anos efetuou operação financeira e deixou a agência. Já na rua, um homem o abordou, dizendo que ele havia deixado aberta a tela do terminal eletrônico. Quando voltou, o caixa estava pedindo conta e senha. Um segundo homem se apresentou como funcionário e disse que era um procedimento de recadastramento. Após fornecer seus dados, a vítima foi embora. Dias depois percebeu dois saques de altos valores que não tinham sido realizados por ele. Caixa engole cartão Há alguns dias, uma aposentada de 70 anos tentou usar um caixa eletrônico e não conseguiu. Um homem indicou o terceiro terminal, que prendeu o seu cartão de crédito. Os bandidos fizeram seis saques e compras de altos valores. Troca de cartão Em setembro, uma aposentada do serviço público, de 70 anos, foi abordada por rapaz que ofereceu ajuda. Sem que ela percebesse, o golpista trocou o cartão. A troca só foi percebida quando a vítima já estava em casa. Foram realizados diversos saques em sua conta, sem sua autorização. No mesmo dia, outra vítima, de 54, caiu no mesmo golpe, na mesma agência. Os crimes ocorreram entre 12 e 14 horas. Semanas depois, outro homem voltou a atacar com o mesmo golpe em agência do mesmo bairro. Telefone da agência No dia 11 de setembro, um aposentado de 62 anos ficou com o cartão preso no caixa. Um homem que estava usando o telefone de informações do caixa eletrônico perguntou se ele queria usar o aparelho. Sem desligar a ligação, ele começou a falar com um suposto funcionário do banco. A pessoa que estava na linha pediu para que digitasse a conta e a senha, enquanto o outro homem observava. Dias depois, a surpresa desagradável: saques, compras e empréstimos em seu nome. Bilhete premiado Em outubro, uma mu-lher de 68 anos foi abordada na Praia das Flechas, em Icaraí, por uma mulher jovem, bonita e bem vestida, que disse ser promotora de Justiça e perguntou onde ficava determinada rua. Enquanto conversava com a vítima, chegou um homem de aparência humilde dizendo que tinha marcado com um amigo que o ajudaria a trocar um bilhete premiado com R$ 100 mil, mas que ele não havia aparecido e, por isso estava perdido. A falsa promotora de Justiça forja uma ligação para a Caixa Econômica Federal para simular a confirmação de que o bilhete tinha valor e tenta convencer a vítima. Ela se oferece para trocar e como garantia diz que vai deixar uma quantia em dinheiro com o portador do bilhete, na verdade comparsa dela, induzindo a vítima a fazer o mesmo. Mas nesse caso específico, a idosa não acreditou e se dirigiu à polícia para registrar ocorrência. Dicas para não cair na lábia dos golpistas O chefe do Setor de Investigação da 77ª DP (Icaraí), Jorge Tinoco, dá algumas dicas para que idosos e usuários de caixas eletrônicos se protejam. Confira abaixo: - Se precisar de ajuda, procurar somente funcionário do banco, devidamente identificado. - Nunca aceitar ajuda de estranhos e evitar conversas que forneçam informações sigilosas. - Se for usar o telefone do banco, se certificar de que ele foi desligado primeiro. - Ao sair do caixa, conferir se a tela foi fechada e, se voltar a digitar a senha, apertar novamente a tecla anula. - Não entregar seu cartão a ninguém. - Em caso de suspeitas, comunicar imediatamente à delegacia da área. Quando houver suspeitas de saques e transações que não foram feitas pelo titular, levar os extratos e outros documentos que comprovem o roubo para ajudar na investigação.