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Bancos negam saúde e segurança

Publicado em Notícias Quinta, 02 Setembro 2010 21:00
Após dois dias de intensa negociação sobre segurança, saúde e assédio moral, os banqueiros disseram "não" às principais reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários. Estão querendo uma forte greve como resposta.
Após dois dias de intensa negociação sobre segurança, saúde e assédio moral, os banqueiros disseram "não" às principais reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários. Estão querendo uma forte greve como resposta. A próxima negociação acontece quarta-feira, 8 de setembro, e será sobre emprego. Na quinta-feira também houve negociação de questões específicas do Banco do Brasil (leia mais aqui), e nesta sexta haverá a primeira reunião específica da Caixa Econômica Federal. Assédio moral Os bancários exigem a implantação de um programa de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, o que inclui a possibilidade de apuração de denúncias de assédio moral encaminhadas pelos sindicatos. O programa vem sendo debatido desde 2006, mas permanece com uma série de pendências em razão da intransigência dos bancos. Na negociação desta quinta-feira, os sindicalistas conseguiram fazer com que os banqueiros reconhecessem que o problema do assédio moral existe nos bancos e é grave. Mas a Federação Nacionald dos Bancos (Fenaban) não foi além disso. O assunto já vinha sendo discutido na Mesa Temática de Saúde do Trabalhador. Conquistada na campanha nacional do ano passado e que já teve três reuniões este ano. > Acompanhe as notícias em tempo real no Twitter. > Comunique-se com o Sindicato no Orkut. > Assista a vídeos dos bancários no Youtube. > Veja fotos sobre os bancários no Picasa. > Receba as notícias sobre os bancários no celular. Metas abusivas Os negociadores da Fenaban também rejeitaram as propostas dos bancários para acabar com as metas abusivas, entre elas o fim do ranking individual de vendas de produtos e o fim das metas para os caixas. O Comando Nacional dos Bancários reafirmou aos representantes dos bancos que o problema a ser solucionado não é a existência de metas, mas a forma como essas metas são instituídas e cobradas dos trabalhadores, o que tem sido o principal fator gerador do assédio moral e de adoecimento dos bancários. Saúde Os representantes dos banqueiros recusaram ainda uma série de outras reivindicações, como a manutenção de salários e a isonomia de direitos para quem está afastado por licença-saúde (cesta-alimentação, tíquete-refeição e PLR). Os bancos também negaram a concessão de abono de falta aos bancários com deficiência para o reparo de aparelhos que precisam usar. Segurança A Fenaban também negou o atendimento das principais reivindicações que tratam de segurança, como a proibição ao transporte de numerário e à guardas das chaves pelos bancários. Recusaram a discussão sobre o adicional de risco de vida de 30% para quem trabalha em agências, postos e tesouraria e que está sendo conquistado pelos vigilantes em acordos coletivos e em votações de projetos de lei no Congresso Nacional. Os bancos se recusaram ainda a garantir medidas preventivas contra assaltos, como a colocação de portas giratórias em todas as agências e postos, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real e outros equipamentos. Em relação à assistência às vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões, os bancos se limitaram a garantir atendimento médico ou psicológico no local da ocorrência. Não asseguraram tratamento psicológico, nem aceitaram o fechamento da agência ou posto no dia do assalto, muito menos o acompanhamento de um advogado do banco na identificação de suspeitos na polícia. Além disso, os banqueiros foram contrários à estabilidade provisória de 36 meses para as vítimas de assaltos e sequestros. Os negociadores dos banqueiros aceitaram a emissão obrigatória do Boletim de Ocorrência (BO) na polícia para os casos de assaltos, consumados ou não, e sequestros. Também concordaram em fornecer estatísticas semestrais de assaltos a bancos em âmbito nacional. Essas medidas haviam sido discutidas na Mesa Temática de Segurança Bancária. Calendário de negociações 1 e 2 de setembro: Saúde e Segurança Bancária 2 de setembro: Banco do Brasil 3 e 10 de setembro: Caixa Federal 8 e 9 de setembro: Emprego 15 e 16 de setembro: Remuneração