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Brasil tem 12 novos bilionários, 5 deles têm 50% do patrimônio dos mais pobres

Publicado em Notícias Terça, 23 Janeiro 2018 10:53

Nesta segunda-feira (22) foi divulgado um relatório elaborado pela ONG britânica Oxfam, no qual revela disparidade da desigualdade social no mundo. O Brasil, teve sua lista de ultraricos com novos 12 bilionários.

 

Segundo o relatório, da lista de bilionários do mundo, que teve novas 233 pessoas em 2017, nove a cada dez são homens.

 

A ONG britânica Oxfam elaborou um estudo sobre a distribuição de riquezas para ser apresentado durante o Fórum Econômico Mundial (WEF, em inglês), que se reúne em Davos, na Suíça, a partir desta terça-feira.

 

  • MUNDIAL

 

Os dados revelam que da riqueza mundial produzida entre setembro de 2016 e setembro de 2017, 82% ficou com o 1% mais rico, enquanto 50% (cerca de 3,7 bilhões de pessoas) da população mais pobre do mundo, não teve nenhum aumento.

 

A Oxfam também registra que, a Forbes, que começou a fazer a lista anual de bilionários em 1987, nunca havia registrado um número tão grande de bilionários, em 2017, chegou a 2.043 bilionários, e teve um novo bilionário a cada dois dias.

 



Fonte:Folha de S. Paulo

  • BRASIL

 

Segundo os dados divulgados, em 2017, a lista de ultraricos brasileiros aumentou com 12 novos bilonários, passando o Brasil a ter 43 bilionários da lista.

 

Enquanto patrimônio total dos bilionários brasileiros cresceu 13% e somou US$ 549 bilhões, a economia brasileira medida pelo PIB avançou apenas 1,1%, o que escancara a grande desigualdade.

 

Os dados também mostram que 5 destes bilionários brasileiros concentram patrimônio equivalente à renda da metade da população mais pobre do país, cerca de 100 milhões de brasileiros. Veja a seguir a lista com esses bilionários e as empresas às quais são ligados:

 

  1. Jorge Paulo Lemann, 77 anos (3G Capital)
  2. Joseph Safra, 78 anos (Banco Safra)
  3. Marcel Herrmann Telles, 67 anos (3G Capital)
  4. Carlos Alberto Sicupira, 69 anos (3G Capital)
  5. Eduardo Saverin, 35 anos (Facebook)

 

  • DESSA RIQUEZA
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Segundo a ONG Oxfam, talento, esforço e disposição de assumir riscos, não são as causas dessas pessoas acumularem tanto dinheiro. Pelo resultado das pesquisas, dois terços dessas fortunas são produtos de heranças, monopólios (que alimentam retornos excessivos para proprietários e acionistas à custa do restante da economia) e clientelismo, ou seja, a capacidade de interesses privados poderosos de manipular políticas públicas no intuito de consolidar monopólios existentes e criar outros.

 

A ONG disse que "privatizações, recursos naturais concedidos por valores muito abaixo do que seria justo, corrupção nas compras e contratos públicos ou isenções fiscais e brechas jurídicas são todos mecanismos pelos quais interesses privados com relações estreitas com o poder público podem enriquecer à custa do público em geral".

 

O que a ONG denuncia, se expressa no mandato do governo golpista de Temer, que faz reformas, como a trabalhista, para que os empresários possam explorar mais os trabalhadores e ter mais lucros.

 

  • DA DESIGUALDADE
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Sobre a desigualdade gritante, a Oxfam disse "Se a desigualdade nos países não tivesse aumentado ao longo desse período, outras 200 milhões de pessoas teriam saído da pobreza. Esse número poderia ter aumentado para 700 milhões se os pobres tivessem sido mais beneficiados pelo crescimento econômico do que seus concidadãos ricos".

 

A pesquisa também mostra como as diferenças econômicas entre homens e mulheres é gritante, e que além dos ultraricos serem em 90% homens, os homens recebem mais para desempenhar as mesmas funções que as mulheres e estão concentrados em empregos de maior remuneração e status social.

 

  • UM PROGRAMA ANTICAPITALISTA E REVOLUCIONÁRIO

 

Relatórios como esse divulgado pela Oxfam, só vêm para reafirmar a forma brutal como os grandes empresários transformam toda a classe trabalhadora em apenas mercadoria, esgotando as forças dos trabalhadores para construir suas grandes fortunas. Não é de interesse dos capitalistas se preocuparem com as condições de vida humana, a eles tudo o que interessa é lucrar a todo custo.

 

A única forma de dar uma saída para o descontentamento social gerado pela crise capitalista e pelo aumento da desigualdade social é por meio da organização de uma alternativa política dos trabalhadores e todos aqueles explorados e oprimidos por esse sistema. Uma alternativa que se enfrente com os privilégios dos grandes capitalistas, contra o racismo, o machismo, a xenofobia. Que lute pela taxação das grandes fortunas, pelo combate ao desemprego por meio da redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Somente um programa anticapitalista e revolucionário, que busque destruir esse sistema por meio de uma revolução social dos trabalhadores é que poderemos atender efetivamente à demanda dos 99% da população mundial.

 

Imagem de capa: G1