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Funcionários da Caixa definem propostas e delegação para 33º Conecef

Publicado em Caixa Terça, 27 Junho 2017 12:08

Em evento realizado no último dia 10, os funcionários da Caixa no estado do Rio de Janeiro discutiram as reivindicações da base que serão apresentadas ao 33º Conecef. O encontro também serviu para eleger a delegação que representará os empregados fluminenses do banco.

 

O encontro teve uma apresentação do economista Fernando Benfica, da subseção do Dieese no Seeb-Rio. Fernando falou sobre o balanço de 2016 da Caixa e seu impacto sobre a PLR dos funcionários. O técnico explicou como a empresa usou o aumento da Provisão para Devedores Duvidosos e o não lançou mão dos créditos tributários para jogar o lucro para baixo. “Não foi feito nada ilegal por parte da Caixa, somente o uso de manobras contábeis legalmente previstas. Como a Caixa não tem acionistas a quem prestar contas, não há preocupação em demonstrar um bom resultado. Então, o governo está usando todos os recursos possíveis para reduzir o lucro, com objetivo não só de pagar uma PLR reduzida, mas também de passar a imagem da Caixa como empresa não lucrativa, e justificar a privatização”, avaliou Luiz Ricardo Maggi, diretor da Fetraf-RJ/ES e representante da entidade na CEE/Caixa.

 

Em seguida, o assessor jurídico do Seeb-Rio, Márcio Cordeiro, deu informes sobre algumas das ações que o sindicato tem contra a Caixa. Mas o assunto mais discutido foi a liminar que a entidade obteve impedindo o banco de descontar o dia não trabalhado dos bancários que aderiram à Greve Geral de 28 de abril. Luiz Maggi aproveitou para reiterar a orientação da Fetraf-RJ/ES para que os sindicatos filiados entrem com ações semelhantes para garantir o não desconto. “Discutimos esta questão com a Caixa na ultima reunião com a CEE. O banco parece disposto a negociar e ficou de apresentar uma proposta. Queremos que o desconto seja revertido e que os funcionários possam compensar as horas não trabalhadas, como é feito na greve dos bancários”, informou o sindicalista.

 

Em seguida, Maggi deu alguns informes sobre as últimas negociações e foram discutidas as reivindicações que serão levadas ao 33º Conecef. Por decisão consensual, todas as propostas apresentadas serão encaminhadas ao evento nacional. “Entre elas, merece destaque a que define a realização, na primeira semana de julho, de um seminário Em Defesa da Caixa 100% Pública, em que será debatida e organizada, de forma democrática e unitária, a luta em defesa da Caixa”, informa Maggi.

 

Foi também levantada a necessidade de realizar uma campanha pela quitação do contencioso da Caixa com a Funcef. “A Caixa tem perdido varias ações trabalhistas que têm impacto na Funcef, mas o fundo de previdência, embora figure como parte nos processos, não tem relação com o fato gerador da dívida. Quem descumpriu os direitos trabalhistas e foi condenada por isto foi a Caixa, não a Funcef. Por isto, é preciso que o banco se responsabilize pelas verbas indenizatórias, não o fundo de pensão”, esclarece Maggi. Outra reivindicação apresentada diz respeito à transparência na gestão da Funcef.

 

Os bancários presentes também destacaram a necessidade urgente de retomada das contratações. Só no PDVE de 2017 mais de 4.600 empregados deixaram o banco e nos PAAs de 2015 e 2016 cerca de cinco mil se aposentaram. Enquanto isto, mais de 30 mil aprovados no concurso público de 2014 – que ainda está válido – aguardam convocação. “O banco se mantém intransigente, insistindo que não vai contratar ninguém, nem mesmo para substituir os empregados que se aposentaram. Se a sobrecarga de trabalho já estava ruim, piorou ainda mais. A postura da Caixa está não só prejudicando ainda mais o atendimento ao público, mas causando adoecimento dos bancários”, critica o representante da Fetraf-RJ/ES na CEE.

 

Os delegados eleitos também se posicionaram contrários às reformas trabalhista e previdenciária e à terceirização, medidas impopulares do governo ilegítimo que afetam toda a classe trabalhadora. “É fundamental que os empregados estejam unidos e mobilizados não só contra as ameaças à Caixa enquanto empresa pública e seu papel social, mas também ao desmonte da proteção social aos trabalhadores”, finaliza Maggi.

 

Fonte: Fetraf RJ/ES